Comento tantas equívocos aqui – no que diz respeito ao atendimento de empresas públicas ao cidadão que paga religiosamente os seus impostos – que seria injustiça não fazer, também, a intriga do bem. E logo sobre a Compesa, uma campeã em queixas. Quase todos os dias, quando leio os jornais, tem publicação de reclamações de leitores. As queixas que lideram são sempre as mesmas: falta d´água, vazamentos, esgoto estourado. Pois hoje é o meu bairro que amanheceu no seco, inclusive na Praça de Apipucos, onde tem um quartel, frequentado por centenas de pessoas. Em setembro, teve início uma obra para aumentar o abastecimento de Apipucos, Iputinga, Monteiro, Caxangá, Dois Irmãos, Detran. Antes do início do quebra-quebra, foram distribuídos panfletos à população (“Informações sobre a obra”) que explicava o que e para que seria feito. E deixava um telefone, com nome de funcionária a ser procurada, em caso de necessidade.
Como o abastecimento começou a ficar irregular depois da obra – quando deveria ser o contrário – liguei para o tal telefone, procurando a pessoa indicada, e dei meu número para retorno. Meu filho Thiago até ironizou, quando pedi que ficasse com o meu telefone, “para atender a Compesa”, enquanto tomava um banho com o que sobrava no reservatório. “Tu achas que a Compesa vai retornar tão rápido?”. Pois retornou. O engenheiro civil Hercílio Borba, responsável pela “obra setorização do Distrito A – encanação para abastecimento” daqueles bairros que citei acima, ligou para o meu celular dez minutos depois do atendimento pela Compesa. Pediu que salvasse o seu telefone, que inscrevesse no WhatsApp, e me informou que não vinha imediatamente ver o que estava acontecendo, porque se encontrava em local distante. “Mas às 13h estou aí”.
E esteve mesmo, com pontualidade britânica. Veio com o engenheiro Daniel Barbosa, da Gemex, empresa responsável pela buraqueira, para implantação de três quilômetros de canos e substituição de equipamentos (como redes de ferro fundido e cimento amianto) na Zona Norte. Os dois fizeram inspeção, e chegaram à conclusão que o colapso de água nada tinha a ver com o trabalho deles. “Se fosse, resolveríamos na hora”, disse-me Hercílio. Acredito que estava sendo sincero. Telefonou para a Compesa, a fim de saber o que acontecia. “Está realmente havendo um problema nos poços da Guabiraba”, explicou-lhe o funcionário do outro lado da linha. Informação que foi imediatamente repassada a mim e ao quartel, que precisa muito mais de água do que uma casa onde mora uma família. Hercílio é quem, é gente. Atendimento ótimo, de elogiar. Pelo interesse, pela pontualidade. Só falta, agora, a água chegar. Gente, atualizando… a água chegou. Primeiro, um fiozinho. Mas à tarde, estava mais forte. Vamos ver nos dias seguintes….
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Texto e foto: Letícia Lins/ #OxeRecife