Pontes restauradas e Giratória que não gira

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O Rio Capibaribe e as nossas pontes são cartões postais do Recife. Mas muitas destas estão degradadas. A Prefeitura anunciou que acaba de concluir a recuperação das pontes Buarque de Macedo, do Limoeiro, Giratória e Maurício de Nassau, todas localizadas no centro da cidade. Os serviços terminaram na última semana, segundo confirma a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana. A Emlurb acrescenta ainda que também desenvolve um trabalho para recuperar passarelas e pontilhões em diversos pontos da cidade. Em 2016, os investimentos no setor chegaram a R$ 765 mil.

Como estou no estaleiro – com o pé engessado, devido uma fratura motivada por calçada irregular – não tive chance ainda de conferir as cores novas de nossas pontes, que consumiram R$ 130 mil nos últimos cuidados. Entre as pontes beneficiadas, está a Giratória, que de Giratória não tem mais nada. Talvez, as novas gerações nem saibam a razão deste nome. Infelizmente ela é uma daqueles patrimônios que o Recife não soube preservar. A Giratória fez o encanto dos nossos pais e nossos avós. Pois girava mesmo. A sua parte central era móvel, para permitir que passassem as embarcações que singravam um então Capibaribe navegável. Era uma coisa linda.

pontejaqueira
Em vários trechos do Rio Capibaribe, pontes e gradis ainda necessitam de reparos não só pela estética, mas também pela segurança.

A Giratória foi construída em apenas três anos, ao contrário do que ocorre hoje, quando as obras se arrastam por décadas,  motivadas por falhas em projetos, paralisações, propinas, desvios do dinheiro público. Sua edificação começou em 1920. E em 1923 estava pronta. Funcionou até a década de 1970, quando foi substituída por uma ponte fixa, para comportar o excesso de automóveis (sempre eles). Caso não tivesse sido demolida, seria uma atração a mais na nossa cidade, em uma  área de indiscutível interesse turístico, como é o Recife Antigo.  Imagino o ritual que seria, com dezenas de curiosos no Recife Antigo, esperando a hora da ponte girar. Turistas gravariam cena com seus celulares e postariam a “cerimônia” para os quatro cantos do mundo.

O Recife, no entanto, está longe de saber preservar como deveria o seu patrimônio arquitetônico, artístico e cultural. Até a ponte, hoje fixa, mudou de nome. Chama-se 12 de Setembro. Felizmente a população preservou o nome na memória. Seria interessante que, nas reformas, a Prefeitura recuperasse, pelo menos, as luminárias originais de nossas pontes, inclusive os lampiões dos pontilhões da Avenida Agamenon Magalhães. Segundo a Emlurb, foi intensificada a requalificação de passarelas, pontilhões, “beneficiando mais de 20 pontos da cidade”, tanto no Centro como em bairros populares do Recife.  “Além dos serviços habituais de manutenção, como reparos e pinturas, as melhorias buscaram facilitar a acessibilidade de pessoas com dificuldade de locomoção e contaram com a implantação e reforma de corrimãos; instalação e recuperação de guarda-corpos e reforma de passeios e rampas”, informa a Emlurb. É preciso que seus técnicos dêm uma olhem com carinho o guarda-corpo no Cais da Jaqueira.  O gradil foi comido pela ferrugem em alguns trechos. Há um bom tempo.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife

Fotos: Letícia Lins e Daniel Tavares / Divulgação / Prefeitura

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