Ponte que “enterrou” R$ 16 milhões (sem levar a lugar nenhum) é retomada

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Uma das mais polêmicas obras viárias do Recife – pois consumiu R$ 16 milhões mas não leva a lugar nenhum – a ponte que já deveria estar ligando a Zona Norte à Zona Oeste (foto acima) vai ser ressuscitada. Será a Ponte Engenheiro Jaime Gusmão, que servirá para unir os bairros de Monteiro e Iputinga. A novidade foi anunciada hoje pelo Prefeito João Campos (PSB),em cerimônia no canteiro de obras, no Monteiro, que voltou a funcionar nesta segunda-feira (13/09). A ponte foi iniciada em 2012, na gestão do então Prefeito João da Costa (PT). Mas até hoje não passa de paredes de concreto e ferro retorcido. As pilastras expostas terão que ser demolidas.  Mas os alicerces serão reutilizados.

Quando foi iniciada, a informação era que ela consumiria R$ 42,7 milhões. No entanto, virou mais  uma obra inacabada no Recife. O custo da Ponte Monteiro-Iputinga chegou a ser investigado pelo Tribunal de Contas do Estado devido aos valores que foram “enterrados” na obra. Pelo projeto original, o Colégio Silva Jardim (que dá a frente para a Avenida Dezessete de Agosto) seria demolido.  Pelo atual, o colégio será preservado. Ainda bem. Também será preservada a Praça do Monteiro, que fica em frente ao colégio. A estrutura teria 280 metros de extensão por 20 metros de largura. João Campos informou que o novo projeto está orçado em R$ 38 milhões, o que “ representa uma economia para os cofres públicos de 20% em cima do valor atualizado do projeto anterior, de R$ 48 milhões”. O projeto original teve que ser modificado.  A ponte será agora um elevado de 170 metros de extensão, 20,65 m de largura e 12,18 m de altura, com calçadas de 1,5 m e ciclofaixa de 1,5 m de largura em cada lado.  São quatro faixas de rolamento, duas em cada sentido.

No Monteiro, a futura Ponte Engenheiro Jaime Gusmão só tem uma estrutura e ferros retorcidas.

A abertura de espaço exclusivo para bicicletas é uma novidade do atual projeto, que não estava previsto no anterior.” A nova estrutura dispensará a construção de escoramento dentro do leito do rio, pois será executada por meio do método de balanços sucessivos, trazendo um ganho ambiental para a comunidade”, segundo informa a Prefeitura. O prefeito acha que, com a ponte, o tempo de deslocamento entre a Zona Norte e a Oeste ficará 33 por cento menor. Deverá ficar pronta em dois anos, depois de nove anos com a obra parada.

A conclusão da obra é um velho sonho da população do Recife,  principalmente de bairros da Zona Norte, como Monteiro e Apipucos, que se ressentem de outro projeto nunca concluído: o Capibaribe Melhor. A ponte suprirá a necessidade de interligação entre as duas margens, já que não existe nenhuma ponte para veículos num trecho de quase 5 km do rio. Atualmente, as pontes mais próximas ao longo do Capibaribe nesta região são a ponte da BR-101 e a ponte-viaduto Governador Cordeiro de Farias, que liga os bairros da Torre e Parnamirim. Por exemplo, a nova ponte reduzirá a distância entre o Parque de Exposições do Cordeiro e a Praça de Casa Forte dos atuais 6,7 km (via Torre-Parnamirim) e 8 km (via BR-101) para apenas 4,39 km. Motoristas indo do Parque do Caiara para o Parque Santana hoje precisam percorrer 5,1 km (via Torre-Parnamirim) ou 7,7 km (pela BR-101), distância que cairá para 3,82 km com a nova ponte.

Abaixo, você pode conferir informações sobre pontes, obras incabadas (como as do Capibaribe Melhor) e sobre bairros que serão beneficiados pela Ponte Jaime Gusmão.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos:  Redes sociais

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