Nem só de violeiros, repentistas e cantadores de cordel vive a poesia oral. Ela está de cara nova. E vem da periferia, na voz forte de jovens quase anônimos que ganharam reportagem de capa na Revista Continente de Maio. E que mostram seus desafios poéticos no evento Encontro, Poesia, Corpo, Protesto, e que ocorre na tarde do domingo, 20, na no Bairro do Recife.
O encontro será na Torre Malakoff, que fica na Praça do Arsenal. Portanto, meninas, soltem o vozeirão. E o que será que tem a dizer essa nova e ainda quase anônima geração de declamadoras? “Para uma mulher negra, feito eu, fazer poesia é militância. Quantas mulheres negras a gente reconhece como escritoras e poetas?”, questiona, em trecho da matéria da Continente, a poeta Bell Puã.
Ela estará presente no evento, ao lado de Patrícia Naia, Bione, Adelaide Santos, Joy Tamires, Luna Vitrolira. Poetas homens também participam do encontro: Gleison Nascimento, David Henrique, Pierre Tenório e Philippe Wollner. Na programação, há exibição de vídeos, música, declamações, performances e rodas de conversa.
“A poesia oral ganha ares contemporâneos graças às influências das batalhas de MC’s e das temáticas políticas e sociais comuns ao rap e hip hop. Assim se faz ouvida a palavra marginalizada de mulheres negras, moradores de periferia ou que estão fora dos grandes centros urbanos”, lembra a Companhia Editora de Pernambuco, Cepe, responsável pela revista e pelo evento com aquele mote. Vamos prestigiar? O acesso é livre. Viva a essas garotas empoderadas.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação/ Cepe
SERVIÇO
Encontro, Poesia, Corpo, Protesto
Quando: 20 de maio (domingo), das 15h às 18h
Onde: Torre Malakoff
Entrada gratuita