Plásticos viram vilões de tartarugas

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Vejam só que cena triste. Foi documentada pelo  antropólogo Fernando Batista,  amigo do #OxeRecife  (e também na natureza), em sua recente passagem pela praia de Areia Preta, no Rio Grande do Norte, próximo ao Morro do Careca. A imagem chocante aconteceu naquele estado, mas poderia ser em qualquer um, do Brasil ou de outros países.  No Recife, uma amiga do Blog também defrontou-se com outra tartaruga morta, nos primeiros dias de 2019, perto em Boa Viagem, já pertinho do Pina.  No mundo, as tartarugas marinhas têm se apresentado como as maiores vítimas da poluição de mares e oceanos, por conta do excesso de plásticos indevidamente descartados pela população em todos os continentes.

Mas aqui, no Recife,  a julgar pelo que a gente vê em riachos e em rios como o Capibaribe e o Beberibe, a situação do Litoral em Pernambuco deve ser pesada. Em São Paulo, por exemplo, houve ano em que mil tartarugas morreram porque ingeriram plástico, como ocorreu em 2016. Na Costa Rica, todos lembram de caso que viralizou nas redes sociais. Uma tartaruga se debatendo, sufocada com um canudo de refrigerante, que entrou em sua narina. Felizmente, a bichinha se salvou com a ajuda de biólogos, que retiraram o intruso com uma pinça.

Na Universidade de Queensland, na Austrália, pesquisadores informam que 100 mil animais marinhos morrem todos os anos, porque ingerem o que não devem, devido a detritos que nós, os humanos, atiramos nas águas. Calcula-se que 8 milhões de toneladas de plásticos são atirados anualmente nos oceanos, e que mais da metade das tartarugas que neles navegam já tenham ingerido algum pedaço desses materiais assassinos. Muitas morrem de engasgo ou sufocadas. Plásticos transparentes são pelas tartarugas confundidos com águas vivas, um dos alimentos prediletos dos quelônios.

Ou seja, se os quelônios não sobrevivem, as águas vivas perdem um dos seus predadores naturais.  Também se alimentam de caravelas, aquelas bolhas rosadas que boiam na água, com fios roxos corrosivos, que nos queimam a pele. Sem tartarugas, o mar como é que fica? Todas as pessoas deviam pensar nisso, antes de descartar canudos e sacos plásticos na praia, rios e mares. Um alerta: jornais e portais na Web divulgaram hoje que 31 mil banhistas foram atacados por águas vivas no Rio Grande do Sul, nos últimos 20 dias. E a situação pode se agravar nos próximos anos, se as tartarugas somem do mar. Aqui no Recife, a Campanha Praia Limpa está distribuindo canudos de papel na praia de Boa Viagem.  Mas e os de plástico, por acaso foram banidos?  É só o que a gente vê enfiado na areia da praia. Quando a maré leva, haja risco para as tartarugas e outros animais marinhos que não fazem mal a ninguém. Não vai tardar muito, e o banhista vai terminar mergulhando em um mar de águas vivas.

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Texto: Letícia Lins/ #OxeRecife
Foto: Fernando Batista/ Cortesia

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