PET vira Barreira para reter lixo em canal

Que bom, ver a garotada preocupada com a preservação do meio ambiente. Cansados de observar garrafas PET boiando em rios, canais e praias do Recife, alunos do sétimo ano da Escola Municipal Professor Antônio de Brito Alves – localizada na Mustardinha – decidiram dar uma destinação diferente a aqueles materiais responsáveis por tanta poluição na natureza. Eles criaram uma barreira sustentável para reduzir a quantidade de resíduos sólidos no canal que passa no bairro, localizado na Zona Oeste do Recife.

É o Projeto Ecobarreira: Estratégias de Educação Sustentável para Recuperar o Canal do ABC. O projeto é fruto de trabalho científico, produzido pelos próprios alunos. E entra em teste a partir dessa segunda-feira (13), às 14h, quando será apresentado à Imprensa, sob a supervisão e orientação da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb). A barreira foi confeccionada com garrafas PET, que são conectadas umas às outras através de um cabo, formando-se, assim, uma grande rede. O protótipo será instalado hoje no ABC, funcionando como uma rede, que deve deixar o lixo retido evitando que ele siga o curso da água.

A barreira é uma excelente ideia. Já rendeu até o primeiro prêmio na Feira de Conhecimentos do Recife. Também credenciou a meninada para uma feira científica no Paraguai. É preciso, no entanto, que se recolha sistematicamente o lixo retido.  E as garrafas devem estar muito bem fixadas, para impedir se soltem e fiquem na água, poluindo ainda mais o canal. Espero, no entanto que funcione.  Barreiras para reter lixo em canais são comuns em vários países. O projeto é o desdobramento de um outro que teve início em 2015, o Água, um Bem Preciso. A orientação é dos professores Maria Lopes, Alexandre Conte, Taciane Pires dos Santos e Valdizia Xavier Duarte.

A iniciativa tem por objetivo reduzir a quantidade de resíduos sólidos nas  águas da cidade, a partir dos canais, por onde todo o lixo escoa para rios e mares. Aliás, nunca é demais lembrar: os canais, que foram transformados em esgotos a céu aberto, no passado eram riachos que funcionavam como áreas de lazer e até de pescaria. Muitas mulheres os usavam para lavagem de roupas. O Recife tem cerca de cem canais. Todos poluídos, seja com esgoto doméstico seja com materiais sólidos: garrafas, latas, plásticos, lixo eletrônico, móveis, até animais mortos. Um horror.

Leia também:
Mais 19 anos sem saneamento. Pode?
 Recife, saneamento, atraso e tigreiros
Era um riacho, mas leito espesso parece asfalto
Riachos podem ser recuperados
Riacho Parnamirim ainda tem jeito
Dejetos infectos no meio do caminho
Dejetos infectos em Casa Forte

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação/ PCR

Continue lendo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.