O Índice já deu fama ao Butão, primeiro país do mundo a pensar a felicidade como indicação de políticas públicas, e a dar mais importância ao FIB (Felicidade Interna Bruta) do que ao PIB (Produto Interno Bruto), marcador clássico de avaliação do desenvolvimento de um País. Mas é bom indagar: adianta ter um país entre as dez maiores economias do mundo e seu povo ser infeliz? Ou ter tanta riqueza acumulada, com tantos com muito e outros sem nada? A quantas anda a cabeça de um povo que não confia nas instituições nem nas lideranças políticas? Ou que tem medo de sair, devido à violência. Complicado, não é? Este ano, a Noruega desbancou a Dinamarca. E passou a ser considerado o país mais feliz do mundo, de acordo com o Relatório Mundial da Felicidade 2017, que analisou 155 nações. E o Recife, será que é feliz?
Você sabe a quantas andam as nossas cabecinhas? As pessoas estão ou não felizes? Dizem os estudiosos que as formas tradicionais de mensuração baseadas no crescimento do produto da economia, o conhecido Produto Interno Bruto (PIB), não conseguem a abrangência dos aspectos que incidem na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e o bem-estar da população. Sou leiga no assunto, mas sempre pensei assim. Já cansei de ver autoridades comemorando “explosão” de PIB, sem lembrar da eclosão de miséria que a gente vê em todo canto, às vezes, crescendo na mesma proporção dos índices econômicos. Pois agora, nós, os recifenses, vamos saber se somos ou não felizes. É que a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) está desenvolvendo o Índice de Felicidade, um instrumento de pesquisa inédito em Pernambuco para entender os fatores que mais afetam a qualidade de vida dos recifenses. O trabalho é do INCITI – Pesquisa e Inovação para as Cidades e do Departamento de Economia (DECON).
Quer participar da pesquisa? A primeira está sendo aplicada online, por meio do questionário disponível no link http://bit.ly/indicefelicidade. Qualquer morador da Região Metropolitana do Recife pode participar. Como recifense, participe. Isso é importante demais. O formulário está aberto para respostas até 11 de junho de 2017. Posteriormente, o estudo será realizado em campo, na cidade do Recife, com amostra aleatória e representativa, quando pesquisadores visitarão residências pessoalmente. Esta etapa está prevista para ser realizada no segundo semestre de 2017 e será repetida em 2019, a fim de obter uma comparação entre os resultados. A ideia é que a pesquisa possa contribuir com a gestão pública municipal para a tomada de decisões e definição de prioridades capazes de afetar positivamente a qualidade de vida da população. A ferramente para avaliar o Índice de Felicidade existe desde 1998 e foi elaborada com base em modelos de outros índices tradicionalmente adotados no mundo.
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação / Arquivo/ PCR