Você que é fêmea, luta pelos seus direitos e quer o fim da violência de gênero, fique esperta. É que o Fórum de Mulheres de Pernambuco realiza na sexta (29/11) mais uma Vigília Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres. Prepare vela, cartaz, intervenções artísticas e vá às ruas. Também faça uma cruz que ostente o nome de parente, amiga, ou colega de trabalho assassinadas simplesmente porque eram mulheres. O encontro ocorre a partir das 16h30m na Praça Osvaldo Cruz, no Bairro da Soledade, de onde sairá um cortejo em direção ao centro do Recife.
A Vigília tem sua razão de ser, principalmente nessa terra de machões, na qual certos homens se sentem no direito de praticar feminicídio, por exemplo, porque foram dispensados pelas companheiras, muitas das quais deram um basta simplesmente porque já não suportavam mais tantos maus tratos. De acordo com o Atlas da Violência de 2019, o crescimento de homicídios de mulheres foi de 30,7 em uma década no Brasil.
Pelo menos é o que mostram os números computados entre 2007 e 2017. E em Pernambuco, a situação melhorou ou piorou? houve queda no ranking nacional, mas a situação ainda preocupa: embora esteja na décima segunda posição entre os estados brasileiros, o índice de mortes violentas contra mulheres ainda é maior do que a média nacional (6 por 100.000 em PE contra 4,7 no Brasil). A Vigília de sexta tem por objetivo pressionar o estado a dar respostas através de políticas públicas de prevenção à violência contra as mulheres. E também para viabilizar acolhimento, assistência e proteção às vítimas de violência.
O evento faz alusão ao 25 de novembro, Dia Internacional para Eliminação da Violência Contra as Mulheres. E está integrado ao Seminário de 30 anos desse tipo de mobilização no Recife, período em que duas ferramentas surgiram para fortalecer o movimento feminino: a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio. Como repórter, já vi casos escabrosos, antes desses dois dispositivos legais. Lembro de uma mulher quebrada de pau pelo companheiro, com a cara inchada e o corpo sangrando. Mas na Delegacia onde ela prestou queixa, o marido não foi perseguido porque seu crime era de “menor potencial ofensivo”. De outra vez, entrevistei uma mulher que sofreu um aborto, devido a uma surra do marido. Pode? Hoje, essa situação de impunidade dos casos de violência doméstica mudou. Pelo menos isso! Cadeia para os criminosos!
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Fórum de Mulheres de Pernambuco / Divulgação