Caminhar por pedras portuguesas, como estas – tão irregulares- é ou não uma atitude de risco? As calçadas como essa da foto, no centro do Recife, estão assim: totalmente detonadas. Elas podem ser vistas nessas condições nos bairros da Boa Vista, Santo Antônio, São José, Santo Amaro. Até mesmo em Boa Viagem, na Zona Sul.
Esta fica em frente à Faculdade de Direito, na Rua Princesa Isabel, uma das mais movimentadas vias de acesso ao Centro. Os trechos nessas condições estão em todos os lugares, inclusive em paradas de ônibus. Imaginem: se um pedestre sem problema de locomoção tem dificuldade, o que seria de um cadeirante, ao tentar chegar nesse abrigo, à espera do transporte público? Sem condições!
Realmente, cenas como essas envergonham os recifenses, os pernambucanos, os gestores públicos e afugentam os turistas. Minha cidade é linda, mas é uma pena que suas ruas centrais estejam cada dia mais degradadas. Pedras portuguesas soltas e irregularidades no revestimento das calçadas já trouxeram problema grave para mim, o último (foto ao lado), neste mês de abril, às vésperas do feriadão.
E pedras portuguesas soltas são um risco. Uma amiga minha, professora aposentada da Ufpe, comeu o pão que o diabo amassou, devido a um problema dessa ordem. A tira da sandália enganchou em uma pedra, quando caminhava para o supermercado. Ela torceu o joelho. Foram 40 dias com a perna imobilizada, sem colocar o pé no chão. Precisou até de contratar enfermeira. Quem anda só de carro preto oficial, não tem ideia da aventura que é transitar pelas calçadas do Recife. São buracos, pedras soltas, armadilhas a cada metro percorrido. Eu que o diga, pois estou com o pé imobilizado desde o último dia 15 . Aí pergunto: cadê o respeito à nossa cidadania?
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife