“Pastel de Tentúgal”, a imperdível iguaria da Confeitaria Pernambucana

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Sucesso aqui no #OxeRecife – foi o nosso post que rendeu maior número de visualizações e compartilhamentos no Facebook – a Confeitaria Pernambucana tem agora mais uma imperdível iguaria no seu cardápio: o Pastel de Tentúgal. A primeira padaria antiquário de Pernambuco sai, mais uma vez, na frente. É a única do Recife que oferece o delicado doce português, cuja criação é atribuída a freiras carmelitas do Convento do Carmelo de Tentugal, Portugal.  A confecção data da Idade Média, de acordo com Sérgio Poggi, fundador da Confeitaria.

Pesquisador, dono de antiquário e restaurador, Sérgio lembra que no passado, o clero de Portugal utilizava claras de ovos para passar os hábitos de freiras e padres. Sobravam tantas gemas, que os religiosos foram induzidos a criar pratos que as aproveitassem. Teria sido assim, que surgiram os pastéis como o de nata, o de Belém e o de Tentúgal. Este, na época, chegou a ser chamado de “Pastel de Pobre”. Isso por ser feito com ingredientes baratos na época – como trigo, água e gemas – e ser distribuído como presente de fim de ano a crianças carentes, por uma freira carmelita. Depois, passou a ser disputado pela aristocracia de Portugal e a servir de mimo para os mantedores daquela ordem religiosa.

Confeitaria Pernambucana, padaria e antiquário, virou sucesso de público e tem cardápio sofisticado.
Confeitaria Pernambucana, padaria e antiquário, virou sucesso de público e tem cardápio sofisticado. Fica em Apipucos.

O pastel é de difícil confecção. Para se ter uma ideia da raridade, só uma outra Confeitaria no Brasil o produz, a Casa Mathilde, que fica em São Paulo. Sérgio herdou a receita no caderno “Confeitaria Pernambucana”, uma relíquia de família, que vem passando de geração em geração, desde o tempo da tataravó. De longe, o Pastel lembra uma panqueca. Mas não tem nada a ver. A massa é tão fina,  que a espessura é igual à de papel. Mesmo assim fica bem crocante, embora sem quebrar. O recheio é feito à base de açúcar e ovos. A confecção do doce é tão especial, que ele prepara a massa em casa.

“A massa tem que ser muito fina. Contam que as freiras carmelitas a colocavam em cima de uma Bíblia. Se conseguissem ler  o texto, por cima da massa, é porque ela estava no ponto para ser utilizada”, diz Sérgio. Ele  afirma ser preciso uma mesa de três metros de comprimento para esticar a massa, que não pode ter nenhum furo. “O antigo Pastel de Pobre também nasceu da necessidade de alimentar o povo. Portugal era o maior produtor de ovos da Europa, e as claras eram muito usadas para passar roupa, principalmente nas instituições religiosas”, diz.  “Como sobravam muitas gemas, elas passaram a ser aproveitadas na produção de doces”, lembra, referindo-se a iguarias incorporadas na doçaria portuguesa. O “Pastel de Tentúgal” custa R$ 12. E não chega para quem quer.

Serviço:

A Confeitaria Pernambucana fica na Avenida Apipucos, 1230. O horário de funcionamento é de 10h às 20h, diariamente. A padaria fecha nas segundas-feiras.

Texto: Letícia Lins /#Oxe Recife

Fotos: Letícia Lins e Divulgação (Pastel de Tentúgal)

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