Houve um tempo que casa alegre era aquela que tinha muitos passarinhos. Tudo na gaiola. Tanto no Recife, quanto no interior. Hoje, felizmente esse conceito mudou. São muitas as pessoas que acham que bonito é o pássaro solto, cantando na natureza. Eu me incluo entre estas, e até cuido dos bebês que escapam dos ninhos, aqui na minha casa. Como “mãe adotiva” já tive sucesso, mas também coleciono algumas derrotas, porque pelo menos dois bichinhos morreram, apesar de todo meu carinho, dando comida no bico e água de conta-gotas. Felicidade mesmo, é quando a gente vê o pássaro bater asas, saindo em pleno voo pela janela.
Infelizmente, no entanto, tem gente ainda com costume de ter passarinho preso na gaiola. E é um comércio que movimenta ninguém sabe quanto por ano aqui em Pernambuco. Mas felizmente os órgãos oficiais não são tão omissos quanto a gente imagina. Essa semana, a Brigada Ambiental da Prefeitura de Camaragibe e técnicos da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) regataram 51 aves nativas da fauna silvestre da Região Metropolitana. Elas são vistas nas matas, mas também em áreas urbanas. Entre as aves resgatadas encontram-se galo de campina, patativas, papa-capim, sanhaço, azulão,graúna e sangue de boi.
Pelo menos nenhuma delas encontra-se na categoria de aves ameaçadas de extinção, segundo a CPRH. Mas é assim, virando objeto de comércio, que elas começam a rarear. Portanto, o risco sempre existe. Por esse motivo, os infratores têm mais é que ser punidos mesmo. Eles foram multados em um total de R$ 19,5 mil. Os nomes dos traficantes de animais silvestres não foram divulgados. As aves já se encontram no Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas), onde passarão por um período de readaptação para depois retornar – viva! – à natureza. A ação partiu de denúncias apresentadas à CPRH sobre criações irregulares de animais silvestres.
(Foto: CPRH / Divulgação)