Passageiros reclamam de abrigos sujos

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Você por acaso já contou quantas vezes presenciou as paradas de ônibus da cidade sendo higienizadas no Recife? Lavadas mesmo, com vassoura, água e sabão? Essa cena, nunca presenciei na Capital. E andando pelas suas ruas, a gente se depara com abrigos encardidos, com sujeira não só no chão, como em suas laterais de proteção. Dia desses, no entanto, a comparação foi inevitável. Estava em Salvador, quando me deparei com garis da Limpurb (a Emlurb de lá) lavando os abrigos.

Em Salvador, os abrigos de ônbus são lavados diariamente.
Em Salvador, os abrigos de ônibus são lavados diariamente, e só de olhar, se percebe a diferença em relação aos do Recife.

A cena, tão rara no Recife, me chamou a atenção. Parei para fotografar, o que surpreendeu um amigo, Fernando Batista, que estava comigo. “Você vai fotografar isso?”, ele perguntou. E respondi: “Vou, pois nunca vi essa iniciativa no Recife”. Depois, passei a observar os abrigos espalhados pela Capital da Bahia. Com coberta, parte posterior e laterais de vidro, estavam limpíssimos. As paredes transparentes pareciam cristais. Hoje de manhã, enquanto andava no Recife, fui observando os nossos. Alguns estão imundos. Alguns não, quase todos, como os que encontrei, em minha caminhada matinal, entre Apipucos e Sítio dos Pintos.

A maior parte dos abrigos de ônibus está suja no Recife.
Os abrigos do Recife estão mal conservados e despertam reclamações dos usuários de ônibus: sujeira em todo canto.

De acordo com o Grande Recife Consórcio de Transportes – que administra o sistema de ônibus da Região Metropolitana – há 6.029 abrigos espalhados nos 14 municípios que formam a RM, incluindo a Capital. “A manutenção é feita sob demanda, quando as paradas estão danificadas”, informa o Consórcio. E dá a explicação sobre a sujeira. “Quanto à limpeza, é feita pela Emlurb, já que é pública”. Em Salvador, ao encontrar dupla de garis lavando abrigo, no bairro da Garcia – e, depois, em outros locais – perguntei se o capricho era cotidiano, ou se era um “banho de loja”, para a cidade ficar mais bonita, por conta da presença de tantos turistas, devido ao verão e às festas de fim de ano.

Um deles respondeu. “Esse serviço, a gente faz sempre. Nossa dupla tem a obrigação de lavar 22 unidades por dia. E tem que ficar tudo muito limpo, como a senhora está vendo”, me disse o gari, voltando para o seu serviço, escovando vidros, assentos, teto.  Usuária de ônibus no Recife, a doméstica Gilvanda Maria da Silva reclama da sujeira. “Estive no Centro no final de dezembro, e a parada de ônibus, na Avenida Conde da Boa Vista fedia a urina”, reclama. “Ninguém varre, nem limpa”, conclui. Ela disse que os ambulantes fecham as carroças à noite, e quando chegam de manhã mal podem trabalhar, “porque o fedor é muito grande”.

(Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife)

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