Se qualquer árvore derrubada já é ruim, imaginem – então – em área de preservação ambiental. A Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh) multou (em R$ 72 mil) uma empresa que fazia desmatamento irregular no município de Paulista, na Região Metropolitana do Recife. A clareira já avançava por área de 9,9 hectares, onde árvores de espécies da Mata Atlântica – como angico, sucupira, ingá, murici e cupiúba – foram vítimas da motosserra insana. Um verdadeiro arboricídio.

“Utilizando tratores e escavadeiras, para a supressão das árvores, os infratores não pouparam áreas onde a vegetação se encontrava em processo de regeneração”, afirma Thiago Costa Lima, Chefe do Setor de Fiscalização Florestal da Cprh. Os criminosos não pouparam “nem mesmo a Unidade Estadual de Reserva de Floresta Urbana Mata da Jaguarana, onde foram desmatados quase dois hectares de mata nativa”.
Ele informou que dos R$ 72 mil da multa, R$ 24 mil referem-se a desmatamento em área de preservação estadual. Já os R$ 48 mil decorrem da devastação em oito hectares, em seis áreas contínuas de fragmentos de Mata Atlântica. No mês passado, a Cprh dera flagrante de outro crime ambiental, com destruição de matas nativas, também no município de Paulista, quando fiscais da Cprh – com apoio de policiais da Companhia Independente do Meio Ambiente (Cipoa) – haviam saído para investigar denúncias de caça de animais silvestres nas matas do município, localizado a 17 quilômetros do Recife. A empresa responsável por mineração irregular e destruição de árvores, foi multada e obrigada a recompor a área devastada.

Paulista não chega a ser um primor, quando o assunto é preservação ambiental. Ao longo dos últimos anos, o município vem perdendo grandes fragmentos de Mata Atlântica. E áreas antes completamente verdes, como a Mata do Frio, vêm sendo destruídas pela especulação imobiliária, caso de que trata esse processo na Cprh.
O #OxeRecife inclusive já foi várias vezes ao município vizinho ao Recife, para acusar várias vezes a devastação sem precedentes de seus recursos naturais, antes tão exuberantes. Houve uma aceleração do desmatamento, nos últimos oito anos. Vamos ver, agora, com o novo Prefeito, Yves Ribeiro, se a situação melhora. Mas, só em 2021, já foram dois flagrantes de crimes ambientais bem graves. O poder municipal não pode se omitir diante de crimes contra a natureza. E muito menos ser conivente com os destruidores, como a gente observa em vários municípios pernambucanos onde já houve até caso de prefeituras multadas por crimes ambientais,conforme você pode observar em alguns dos links abaixo.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Cprh / Fiscalização