Parem de derrubar árvores (em SP)

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Foi não foi, chegam ao #OxeRecife notícias de vítimas da motosserra insana provenientes de outras cidades do Brasil. São leitores atentos ao arboricídio praticado por gestores públicos ou pela iniciativa privada. De outras, são lamentações sobre árvores que tombaram por diversos motivos: idade, pragas, tempestade, falta de cuidados. Essa copa florida aí da foto pertencia a um ipê que era o xodó de muitos moradores do Bairro de Vila Mariana, em São Paulo. Mas que caiu danificando um imóvel. Naquela capital, a licenciosidade quanto à degola de árvores não é tão grande quanto no Recife, cidade que virou a Casa da Mãe Joana, quando o assunto é a destruição do verde de parques, praças, ruas, jardins, calçadas, estacionamentos.

“Era lindo esse ipê amarelo, todo o bairro conhecia”, diz meu amigo Cildo Oliveira, que curtia a árvore nos seus caminhos. “Mesmo com a reclamação da moradora, há uma mobilização para preservar as árvores e cuidar pelo pessoal da comunidade em quase toda a cidade”, informa ele, que é artista plástico e mora em Sampa há mais de 30 anos. Mesmo assim, uma cidadã da Vila Mariana que mora em frente ao antigo ipê, reclama da atuação dos órgãos públicos paulistas, com relação às árvores. “É notório o descaso da Prefeitura com as árvores do nosso bairro, que além de antigas são muito mal cuidadas, com podas mal feitas, perceptíveis até aos olhos leigos”, reclama ela nas comunidades daquele bairro, nas redes sociais. Ao ver a foto da árvore, dá para entender a tristeza dos moradores. Ipê amarelo, rosa, roxo, branco, é sempre lindo!

Se residisse no Recife, a moradora ia ter muito que reclamar. Vejam o que diz sobre São Paulo, nas redes sociais: “Precisamos cobrar pelo devido cuidado com o verde de nossa cidade, sem expor a vida nem o patrimônio dos moradores, que pagam elevadas taxas de IPTU e não recebem a devida atenção e respeito, sendo negligenciados ou retardados por anos os pedidos de podas, inspeções e descupinização das árvores”. Imaginem se ela morasse no Recife. Ia endoidar, não ia? Na postagem, a moradora compartilha uma foto da árvore, “como uma inesquecível lembrança do nosso amado ipê em sua última florada de 2019, e infelizmente este ano ficaremos só na saudade”. Ela se refere ao que sente depois da queda da árvore que “iluminava nossa primavera”, mas também “ao terror que vivemos ao termos nossa casa, móveis e veículos danificados”.

“Sou moradora da casa onde havia aquele lindo, gigante e querido ipê amarelo, que todo amavam e que todos os anos nos presenteava com maravilhosas floradas, cujas fotos tanto sucesso fizeram nesse grupo”. Mas acrescenta: “Como já anunciaram aqui, infelizmente ipê caiu sobre nossa casa, causando grandes danos e por muito pouco uma tragédia, pois,por questão de segundos não atingiu meu irmão”. A cidadã faz o relato sobre a queda da árvore, com “grande tristeza”, apesar dos prejuízos materiais. Lamenta a perda e faz advertência “para evitar que outros moradores do Bairro sofram e que sofremos e continuem expostos a tantos riscos e danos”.  Agora, cabe à Prefeitura da capital paulista repor a árvore que caiu, zelando por ela com a ajuda da comunidade. No Recife, pelo que observo por onde ando, a proporção de reposição é de uma para cada dez degolas. Não é à toa, portanto, que a antiga Veneza Brasileira está virando um arquipélago de ilhas de calor!

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Internet / Redes Sociais Vila Mariana, SP

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