Parem de derrubar árvores (em Aldeia)

A primeira denúncia chegou através do formulário de contato do #OxeRecife.  Morador de Aldeia, Luiz Senra acusa o abate de mais  uma árvore, dessa vez em Camaragibe. E segundo os moradores, a vítima era bem antiga. “Um absurdo. Tentei Ibama, polícia ambiental, Secretaria meio Ambiente  de Camaragibe é ninguém socorreu”, reclama. A degola foi no km 9,5 de Aldeia, um dos últimos redutos verdes do Grande Recife. Ele lamenta a ação da motosserra insana: “A motosserra foi implacável. Derrubaram uma árvore barriguda centenária”, reclama.

Barriguda, para os que não sabem, é um dos nomes populares da sumaúma (Ceiba petranda), árvore oficial de Porto Rico,  nativa do México, América Central, do Norte da América do Sul  e África Ocidental. Mas ela já está tão integrada à paisagem brasileira, onde há até parques em sua homenagem. Casos de Manaus (AM) e do município pernambucano de Paulista, que tem seu Parque das Paneiras, que nada mais são do que sumaúmas. Na Floresta Nacional do Tapajós (Flona),  a principal atração é a Vovó, uma sumaúma imensa, que tive o prazer de conhecer. Felizmente, a sociedade pernambucana não tolera mais a prática de arboricídio. A derrubada da árvore foi denunciada ao Fórum Socioambiental de Aldeia, que chegou ao local às sete da manhã do sábado. “A árvore era centenária, tinha cerca de 40 metros de altura”, afirma Mila Portela, Vice-Presidente da entidade.

“Estivemos no local com a Brigada Ambiental, mas o proprietário do terreno estava com tudo legalizado, ele tinha autorização para o corte, o que sentimos muito”, afirma Mila. “Como a árvore não é nativa, não é tão protegida, segundo os órgãos ambientais”, lamenta. A julgar por esse tipo de argumento, o que seriam das jaqueiras, dos flamboyants e dos baobás do Recife, que vieram da África? E o que dizer dos coqueiros, das mangueiras e das jaqueiras que vieram da Ásia? De acordo com o proprietário, a planta estava em risco, porque estaria atacada por uma praga, conhecida como broca. Luiz Senra, que fez a denúncia, estava no local, indignado. A árvore, muito alta, ainda não foi inteiramente destruída. Mas será erradicada. De acordo com moradores de Aldeia, na verdade, ela vai ceder seu espaço para a construção de um centro de compras. Menos uma!

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Mila Portela / Fórum Socioambiental de Aldeia

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