Parem de derrubar árvores (64)

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Esta semana, me informaram que em Setúbal, na Zona Sul, estão feias, também, as marcas do arboricídio. Confesso que dei uma circulada ligeira por lá, mas ainda não vi as mutilações acusadas por leitores. Caso queiram divulgá-las, é só enviar as fotos, com endereço e data do registro. Mas em Boa Viagem, por onde circulo mais, elas não cessam de aparecer. E bem pertinho da praia. Semana passada, fui a uma festa, à noite, e me defrontei com um toco de mais de metro e meio, na Rua Ernesto de Paula Santos, em frente ao Edifício Vila Maria, número 245 daquela via.

No último domingo, passei de  carro pela Ernesto de Paula Santos, e procurei a árvore degolada, mas não a encontrei. Ao deixar o carro na beira-mar, antes de pegar a praia, fiz o mesmo percurso, só  a pé. Indaguei a um vendedor de fruta se uma árvore havia sido “erradicada” naquela rua, pois estava com a  impressão de que vira um tronco cortado. O homem me mostrou logo. “Foi ali”. Quando cheguei no local, já tinham retirado o caule.

No último final de semana, à noite, tinha um toco na Rua Ernesto de Paula Santos.  Ele sumiu, mas restou o pó de serra.

Mas pó de serra, denunciando a ação, não deixava mentir. Mais uma vítima da motosserra insana, mais uma baixa resultante arboricídio no Recife. No mesmo domingo (12), quando cruzava a Avenida Domingos Ferreira – no sentido Avenida Recife / Boa Viagem – vi mais um toco no chão.  De longe, achei que fosse um pedaço de pneu, um cesto velho, qualquer coisa arredondada jogada no meio do canteiro central, como um lixo qualquer. Fui até lá, andando, para checar.  E, para minha tristeza, tinha mais um toquinho no meio do caminho. Acharam pouco, e além da árvore ter sido guilhotinada, ainda tinha marcas de incêndio. Ou seja, depois do coice, a queda.

Sei que como os animais e as pessoas, as árvores têm nascimento, vida e morte. Nas matas, isso é natural. Ela cai, se decompõe, aduba o solo, e outras nascem no seu lugar. No asfalto, é preciso que se cuide delas. Porque mesmo com polinização e disseminação de sementes – feitas por morcegos, pássaros e insetos – a reprodução não é tão fácil,  quando a “mata” é de concreto. Então é preciso que se trate as pragas e evit-se poda que lhes  provoque desequilíbrio. No mínimo, a cada erradicação, teria que haver reposição no mesmo lugar. Mas é muito raro se observar iniciativas desse tipo, até porque não há como plantar em cima de um tronco morto.  E “tamborete” é só que a gente vê nas ruas do Recife. Infelizmente. #ParemDeDerrubarÁrvores

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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