Andando pela Torre esta semana – antes de fraturar o dedinho do pé esquerdo em uma topada daquelas, bem pesada (dessa vez, não foi culpa dos buracos nas calçadas) – encontrei mais dois cadáveres. De árvores. Elas ficam na Rua José Bonifácio, no bairro da Torre, Zona Norte do Recife.
Da primeira, só resta a lembrança e um toco cinzento, no meio de um canteiro vazio de vida. Cadê a reposição? Da outra, ainda pude sentir o cheiro do pó de serra, que se acumulava na calçada da Galeria Vitrine da Torre. Mais dois exemplos da ação inclemente da motosserra insana, responsável pelo arboricídio que se observa nas ruas, jardins e parques do Recife.

Alô, alô, Ministério Público, ninguém faz nada não, é? Chegamos, enfim, só em 2017, à postagem número 50, dentro da série Parem de Derrubar Árvores. Tinha estabelecido esse número, porque achava que não encontraria número maior do que isso, na nossa tão querida cidade. Mas já vi que estava enganada.
Aqui no #OxeRecife, continuam chegando denúncias e fotografias. As pessoas que costumam andar pelas ruas, sempre estão me contando de mais uma vítima nas ruas da capital nacional dos toquinhos. Vocês pensam que acaba aqui? Acaba não. A fila na porta do cemitério do verde é cada dia maior. Parodiando o ditado “Vão-se os anéis, ficam os dedos”, podíamos dizer do Recife que “Vão-se as folhas, ficam os tocos”. Oxe, Recife, parem de derrubar árvores.
Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife