Parem de derrubar árvores (473). O fim de outro fícus gigante na Zona Norte

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No último temporal na segunda quinzena do mês de maio, até o dia 20 quase 27 árvores haviam tombado no Recife. Enviei um e-mail à assessoria de Imprensa da Emlurb (Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana) para ratificar os números, mas passada uma semana, nenhuma resposta. As informações seriam preciosas para todos aqueles que amam as árvores e zelam pelo patrimônio verde da cidade. Tudo para fiscalizar e conferir o equilíbrio entre o que se perde e o que se repõe. O que convenhamos, é bem abaixo da necessidade. Há quem fale em 30 perdas, mas não tenho dados exatos.

Aqui no #OxeRecife, temos a série #paremdederrubarárvores, que se transformou em campanha de caráter permanente em defesa do verde urbano da Capital. E através da qual anotamos e divulgamos as árvores que são riscadas da paisagem da cidade. Tudo com endereço, fotografia e data do registro. Porém quando acontece uma tempestade, fica impossível checar todos os acidentes, e o jeito é se valer dos números oferecidos pelos órgãos oficiais. Isso é, quando oferecem. Porque parece que arborização do Recife é uma caixa preta. Há tempos venho denunciando isso. Nunca sabemos os números das supressões e das referidas reposições. E a impressão que tenho é que a conta não fecha.

Inadequados para espaços estreitos, e sem manutenção adequada, fícus tombou em Casa Amarela. Reposição?

A ação da motosserra insana é tão frequente, mas tão frequente, que – às vezes – me atrapalho na numeração dos arboricídios. E tenho que ter cuidado, para não perder o fio da meada. Depois que esse fícus desabou, já chegaram várias informações com fotos de novas ações da motosserra insana. Nos nossos registros, como se sabe, não constam só os arboricídios. Mas também árvores que desabam em áreas públicas, muitas vezes por falta de cuidado dos órgãos responsáveis.

Na rua que resido, por exemplo, espero podas que foram solicitadas em agosto de 2024. Até agora… nada. De uma outra vez, arrisquei levar multa e contratei uma empresa particular para corte dos galhos. Em 2025, durante um temporal por exemplo, caiu um galhão no meu telhado. Informei aos órgãos competentes com pedido de remoção mas mesmo assim, ninguém veio buscar nem cortar os excessos. Foi a boa vontade de um vizinho que resolveu o caso, cedendo um funcionário.

No caso do fícus gigante da foto, ele caiu no dia 16 de maio logo após o temporal. Ficava na Rua Conselheiro Nabuco, em Casa Amarela. Para falar a verdade, a Zona Norte perdeu dois fícus em menos de 20 dias. Um, devido à tempestade. Um outro, antes, foi esquartejado e destocado, na Avenida Dezessete de Agosto, durante obra de requalificação de calçadas. Na Dezessete de Agosto, o alegrete permanece vazio. Na Conselheiro Nabuco, chequei hoje e há uma muda já plantada no local. Só não sabemos se por iniciativa dos moradores ou se por ação oficial. Porque aqui no Recife a gente nunca sabe números de supressões nem de reposições. É fogo, não é?

Texto, fotos e vídeo: Letícia Lins / #OxeRecife

One comment

SOFIA DE PAULA LOPES disse:

31 de maio de 2025 às 10:42

A Emlurb não faz a devida manutenção das árvores de forma contínua como deveria ser( poda adequada ,tratamento contra fungos etc) e quando ocorre essas quedas por conta das chuvas,o perigo é imenso.
E isso se repete sem qualquer ação preventiva efetiva e eficaz.

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