Parem de derrubar árvores (471). Novas perdas: motosserra insana e chuvas

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Nesta semana, em minha caminhada matinal, uma nova vítima de arboricídio me chamou a atenção. E pelo tamanho do tronco que sobrou depois da ação da motosserra insana, é fácil presumir o quanto ela vai fazer falta. Foi degolada, esquartejada mas até agora não houve destocamento para que, como manda o bom senso, seja plantada uma outra no mesmo lugar. Porque até crescer e desempenhar o papel da árvore que se foi, vai um longo tempo, não é? E o Recife precisa, urgentemente, de conforto climático.

Esta vítima de arboricídio fica na Praça Dr José de Melo, nas proximidades das Ruas Sebastião e Afonso Celso. O toco gigante está em frente ao Mariazinha Bar, que fica na confluência dos bairros de Parnamirim e Tamarineira. Tomei um susto ao ver essa cena, cada dia mais comum do nosso Recife da emergência climática. Por que no Recife se mata tantas árvores? O que representa essa sanha cada dia mais frequente de degolas? Essa semana, aliás, foi triste para o patrimônio verde do Recife. Como se não bastassem as degolas assassinas, a cidade perdeu – de uma só tacada – 29 árvores entre a quarta e a quinta-feira (14 e 15/5). Somando-se as vítimas de arboricídio via ação da motosserra insana ( 1.224 registradas no #OxeRecife na série #Paremdederrubarárvores) às vítimas da chuva dessa semana, o número de nossas perdas chega a 1.253 árvores, entre acácias, ipês, mangueiras, sumaúmas, véus de noiva, jambeiros, flamboyants, palmeiras, caramboleiras e e tantas outras que sumiram das ruas, praças, jardins públicos. Pior, no Recife, a cada obra pública – ponte, parque, calçadas requalificadas – e também a iniciativa privada não tem poupado nosso patrimônio verde. E as reposições nunca são na mesma proporção das perdas. E compensações nem são feitas.

“É triste e lamentável o despreparo, o descaso com o verde do Recife, digo até em Pernambuco. A planta estava doente, tem cura. Já pensou se todas as pessoas que adoecessem fossem submetidas à eutanásia?”, comenta Carlos Alberto Alves da Silva, em mensagem enviada ao #OxeRecife.

“Infelizmente nossas árvores não recebem os cuidados necessários: prevenção, manutenção, tratamento fitossanitário. A Prefeitura não cuida das árvores da cidade, e quando elas adoecessem são eliminadas. Menos árvores, menos sombreamento, mais calor e menos conforto térmico”, afirma Sofia de Paula Lopes.

“Se foram cortadas porque estavam doentes e poderiam cair, deveriam ter tirado as raízes e plantado outras no lugar”, diz Cláudia Angeiras.

Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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