Sinceramente, não sei mais nem o que dizer. Mas também não dá para me calar. Porque com a mania que tenho de andar, é só com o que me defronto pelas ruas do Recife: os tocos da cidade. Sempre vejo na minha frente um pedaço de pau, onde deveria haver uma árvore, para nos dar sombra e contribuir com a manutenção da temperatura, no nosso Recife.
A cada rua, a cada esquina, uma árvore assassinada. Sinceramente, esse arboricídio que a gente vê no Recife é uma coisa muito triste. A cidade, que digo ser a capital nacional dos toquinhos, está mesmo é virando um cemitério de árvores. O que a gente observa é um verdadeiro atentado contra o nosso patrimônio verde.

Nessa semana, pipocaram nas redes sociais denúncias tão contundentes quanto as que faço aqui. E já somam mais de 40 as postagens sobre esse problema, só em 2017. Vou andando e vou contando, porque não há´como fugir dessa realidade. E aqui no #OxeRecife chovem comentários de indignação. Pois foi nas minhas longas caminhadas desse sábado que achei mais duas vítimas. Mortas, depois de mutiladas.
A primeira encontrei na Rua Dr. Anauro Dornellas Câmara, às margens do Açude de Apipucos, um bairro onde, felizmente, ainda restam matas. Em retalhos, mas verdes, resquícios de Mata Atlântica. A Dornellas Câmara fica entre Apipucos e Macaxeira, na Zona Norte do Recife. O outro defunto de árvore que encontrei fica na Rua Padre Anchieta, no bairro da Madalena, próximo à Avenida Beira Rio. A vítima fica na calçada do número 42 daquela via (Edifício Adolpho Pereira Carneiro). Eu só não entendo porque, se foi erradicada, não tiram tudo. Inclusive o toco, para plantar outro indivíduo verde no mesmo lugar. Aqui no #OxeRecife você pode acompanhar essa tragédia, na série Parem de derrubar árvores.
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Parem de derrubar árvores
Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife