Tem jeito não… Basta mudar o roteiro de minhas caminhadas, para encontrar pelas ruas do Recife, novas vítimas de arboricídio. A motosserra insana andou fazendo degolas no bairro do Rosarinho, Zona Norte do Recife, por onde caminhei no final de semana.
Não encontrei alguém que me informasse se as árvores caíram, ou se foram eliminadas. De toda forma, pelo aparência do corte, o serviço foi feito por motosserra profissional. Árvores nascem, crescem e morrem. Mas a cada uma erradicada nas ruas, a obrigação do poder público e fazer logo a reposição.
Como sabemos, o Recife encontra-se em situação de emergência climática, e qualquer árvore retirada faz falta à nossa cidade, uma das 16 mais vulneráveis do mundo aos efeitos do aquecimento global e já com várias ilhas de calor. A árvore da qual resta um toquinho, fica na Rua Dr José Maria, nas proximidades do antigo Colégio Rosa, onde hoje funciona o CBV.
Na verdade, o tronco não foi destocado, mas há uma mudinha já plantada junto do cadáver da árvore anterior. Há, também, mudinhas plantadas ao longo de um bom trecho da calçada, porém todas possuem apenas um palmo de altura, um padrão bem diferente do apregoado pelas autoridades, que afirmam que todas as mudas plantadas atualmente possuem quase dois metros.
A outra árvore, da qual só resta o pó de serra (foto abaixo), fica na Rua André Rebouças, e os moradores não souberam informar qual a espécie. Pelo cheiro, deu para perceber que o pó de serra é de corte recente, como recente é o da Rua Dr José Maria. Com essas duas, a nossa contagem de degolas no Recife já consta com 1.152 registros aqui no #OxeRecife. Triste, isso!
O bairro do Rosarinho, aliás é um dos poucos onde houve multa a uma empresa privada, por prática de arboricídio. Uma imobiliária foi punida por ter envenenado uma mangueira adulta, para abrir vaga no seu estacionamento, que fica em área pública. Você pode reforçar a memória sobre a prática criminosa, revendo o caso nos dois dos links, que encontram-se incluídos na relação abaixo (Mangueira padece: furadeira e veneno e “Maldade contra a árvore e contra o cidadão”).

Nos links abaixo, confira mais informações sobre degolas nos bairros vizinhos de Rosarinho e Tamarineira.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife
Tristeza, e um sentimento de impotência, ao ler esses relatos e saber que esses fatos se repetem todos os dias, degola de árvores no Recife. As razões, as desculpas são as mais diversas, algumas são inevitáveis, mas a grande maioria é ignorância, ganância, falta de sensibilidade, maldade. Essas pessoas com certeza nunca plantaram uma árvore, não acompanharam o seu lento crescimento. Tristeza é o sentimento.