Mais duas vítimas da motosserra insana, que virou epidemia no Recife, e que faz da nossa cidade a capital nacional dos toquinhos. Hoje, enquanto caminhava pela Avenida Rui Barbosa, me deparei com dois “assassinatos” de árvores, ambos muito recentes.
Os restos mortais das duas se espalhavam pela calçada, onde o pó de serra ainda era visível no início da tarde de hoje, entre os buracos do concreto, em frente ao Colégio das Damas, no bairro das Graças. Nas Graças, aliás, toco nas ruas é o que não falta, inclusive nos arredores do Parque da Jaqueira.
Os toquinhos de hoje ficam bem pertinho da esquina da Rui Barbosa com a Avenida Malaquias. Em um pequeno trecho de menos de 20 metros de extensão, há três troncos mutilados, sendo que um é mais antigo. Tudo bem pertinho do Jardim do Baobá. É impressionante como isso está virando um descalabro no Recife. Em todos os lugares, os toquinhos aparecem. As árvores são eliminadas, mas não são substituídas, embora os órgãos oficiais informem que de cada duas árvores “erradicadas”, duas são plantadas.
Dá para saber em que lugares? Vejo nas ruas muitos troncos mutilados, mas não observo nada plantado no lugar das árvores que eles foram um dia. Há algumas exceções da regra, como ocorreu na calçada do Parque da Jaqueira, na Rua do Futuro, também nas Graças. Mas isso não elimina a gravidade desse “arboricídio”. Em breve vamos sentir os efeitos desse “arboricídio” na pele. Ainda mais no Recife, cidade que se verticaliza mais a cada dia, e na qual já há registros de ilhas de calor, como ocorre em áreas do bairro de Boa Viagem. Parem de derrubar árvores.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife