Tem jeito não… Eu até que estava quietinha, sem contar os tocos de árvores pelas ruas. Já foram tantos, registrados aqui na campanha Parem de derrubar árvores do nosso #OxeRecife, que até eu tinha desligado um tempo. Mas foi só o professor Oscar Agra passar uma tarefa para seus alunos sobre o tema, que – imaginem – hoje achei mais uma árvore mutilada e… assassinada.
Essa da foto fica na Rua Afonso Celso, no bairro da Tamarineira, onde hoje estive, para visitar um tio querido. Percebe-se que era uma planta desproporcional ao seu espaço. Mas observa-se, também, que o canteiro a ela destinado não era adequado ao tamanho de suas raízes. Alguém cimentou tudo e deixou a planta sem ter por onde se expandir. Está bom, podem até dizer que derrubaram a árvore, porque atrapalhava a mobilidade, que as pessoas poderiam cair na calçada.
Mas observem bem a foto que abre esse post. A árvore foi degolada, mas seu tronco ficou lá. Ela morreu, mas nenhuma outra, especial para calçadas, foi plantada no lugar. Agora observem mais: derrubar essa árvore melhorou em que a mobilidade das pessoas? Por acaso a calçada ficou acessível a adultos, crianças, cegos, cadeirantes ou idosos? Não. Está tudo do mesmo jeito. Só a árvore que não é a mesma. Foi assassinada. Pior para quem precisava de sua sombra.
Essa semana, o professor Oscar Agra, da Universidade dos Guararapes do Recife, passou uma tarefa para seis de suas sete turmas da cadeira de inglês, naquela instituição onde ensina. Adivinhem qual era o mote? A nossa campanha Parem de derrubar árvores contra a matança indiscriminada das árvores das ruas, praças e parques do Recife. Com esse, já são 29 posts sobre o assunto, só em 2017. E notem, há alguns em que os registros de vegetais mutilados não se resumem a uma “vítima”. Mas a várias. Teve ocasião em que, em um dia só, foram dez árvores erradicadas, como aconteceu no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no mês de junho. “Parem de derrubar árvores”, por favor. A população clama por isso. Até quando, hein, motosserra insana?
Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife