Dessa vez foi Zelito Nunes, escritor e poeta, com nove livros publicados, incluindo um de memórias, o delicioso No Sertão onde em vivia. Na obra, ele conta histórias da infância vivida na caatinga, onde a vegetação agreste e estorricada dos tempos de estiagem ganha exuberância e colorido, às primeiras chuvas. Pode-se dizer que, quando chove, o Sertão vira um mundo em flor.
Residindo no Recife desde 1969, Zelito alimenta no ambiente urbano o mesmo amor à natureza que tinha no passado, quando vivia “nos Cariris Velhos da Paraíba”. Vez por outra, ele telefona para dar notícia de alguma vítima de arboricídio. “Nesta semana, derrubaram mais uma, dessa vez na Rua Conselheiro Portela, no bairro do Espinheiro, em frente a um salão de beleza”, conta ele. E, claro, o #OxeRecife foi checar.
“Está lá, um tamborete imenso, cortado”, afirma, referindo-se a mais um tronco guilhotinado pela motosserra insana. Mas no início da semana, o destocamento tinha sido feito. E na maior rapidez, o que é estranho, pois há tocos que passam anos, para que sejam retirados. Feito o destocamento, o correto seria plantar logo uma muda para que desempenhe o papel da que foi anteriormente pela degolada. O #OxeRecife só encontrou o pó de serra. “Acho que era um oitizeiro muito bonito”, lembra. Para os que não sabem, as ruas bairro do Espinheiro eram chamadas de “túneis verdes”, de tão arborizadas. Agora….
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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife