“Parem de derrubar árvores” (25)

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No último dia 26 de maio, o amigo e leitor Zelito Nunes – que anda diariamente no Parque da Jaqueira – me enviou uma foto vertical de mais uma árvore decepada na cidade. Postei a imagem no meu Facebook pessoal. Ia passar no local no final da semana, mas terminei deixando para depois, devido às chuvas. Apesar do tempo feio, não resisti à denúncia e fui lá para ver o tamanho do estrago.

A vítima – uma das mais recentes –  havia sido mutilada no dia 24 deste mês. Ela fica em uma das calçadas do Parque da Jaqueira, na Rua do Futuro, perto de uma banca de revistas.  Como vocês sabem, o #OxeRecife está com uma série mini reportagens contra essa iniciativa oficial de mutilar, eliminar, matar nossas árvores. E muitas pessoas, pelo que percebo, não estão ligando para isso. Infelizmente. Outras, resolvem botar a boca no trombone, e tem quem passe as fotos aqui para o nosso Blog #OxeRecife, já que a imprensa escrita local, bem poderosa, sequer se manifesta contra esse “genocídio”.

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Ao me ver fotografar a “vítima”, o proprietário de uma banca de revistas reclamou. Nem me disse se foi ele quem exigiu o corte que findou em morte da planta, em frente ao seu negócio. “Quem fez isso foi a gestão aí do Parque. Eles é que podam as árvores”, disse o homem, embora saiba que nas calçadas essa responsabilidade é da Prefeitura, via Emlurb. Eu falei para ele que faço o registro de todas as árvores “assassinadas” do Recife. E ele mais uma vez mostrou irritação. Apontou para a raquítica plantinha ao lado do toco que sobrou da árvore morta. Só não disse o tempo que a muda vai levar, para desempenhar o papel de uma  árvore adulta na natureza. Na calçada tem um pequeno canteiro, e não há sinais de raízes que pudessem estar danificando o concreto.

“Vocês falam mal e não sabem nem o que acontece. Não está vendo que tem uma planta no lugar dela?”, insistiu o homem. Ele não o próprio nome, não respondeu a nenhuma pergunta, e se negou a informar se o vegetal sacrificado estava doente ou corria risco de desabar. “Primeiro deixaram com um metro e depois fizeram isso aí”, conta Zelito. E acrescenta: “ a árvore que parece uma acácia era aparentemente jovem e sadia”, completa Zelito. Ele é autor do livro “O sertão onde  eu vivia”, de conteúdo tão poético quanto o sol se pondo entre o verde de juazeiros e umbuzeiros, no meio da sequidão da caatinga. Obrigada, Zelito. E parabéns pela sua sensibilidade verde. Já são 25 os posts de árvores assassinadas nas ruas do Recife, em 2017. E as vítimas já são mais de 40. Hoje meu amigo Rodolfo Aureliano postou imagens de mais um “assassínio” no Facebook dele.  Só não registrei ainda nessa série, porque preciso endereço e data, para colocar no nosso “livro” de vítimas da motosserra insana.

Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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