Parem de derrubar árvores (238): Golpe de misericórdia na Madalena

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Na última sexta-feira (3/4) postei aqui a denúncia de moradores do bairro da Madalena, que reclamam da prática de arboricídio em vias públicas. É que, nos últimos anos, flamboyants e mangueiras foram erradicadas de um quarteirão, formado pelas ruas Real da Torre, Desembargador Luiz Salazar, Pessoa de Melo e Dom João de Souza. É que o quadrilátero era antes uma área com árvores frondosas, tanto nos jardins das residências quanto nas calçadas. Mas está virando uma selva de concreto, segundo acusam residentes na área.

Eles dizem que o corte das árvores acontecem na mesma proporção que aumentam os imóveis de uma grande loja localizada bem pertinho do Mercado da Madalena, cuja fachada dá para a Real da Torre. Ontem quando voltava desse bairro (onde bato ponto todo sábado, para comprar queijo de coalho e castanhas brejeiras), passava na Rua Desembargador Luiz Salazar, quando tomei um susto. A última árvore que restava nas calçadas da loja estava na situação que vocês podem observar na foto acima. E, claro, senti revolta e tristeza. E não é porque estamos em uma pandemia que o #OxeRecife vai parar sua série #ParemdeDerrubarÁrvores. Ah, isso não! Defender o verde é uma das razões do #OxeRecife existir, dando voz a quem não fala.

De um lado, arboricídio. Do outro lado da rua, Cafeteria Santa Clara dá exemplo de como uma calçada cidadã deve ser.

Tomei um susto, quando vi na calçada os restos mortais da árvore sobre a qual falei aqui na sexta-feira, externando minha preocupação com seu triste destino. No dia seguinte, ela estava no chão. Ou seja, o quarteirão ficou mais pelado do que já estava. Árido, totalmente árido. Desprovido de verde! Há indícios de que a árvore pode ter sido envenenada até ser condenada, para posterior justificativa para a sua erradicação. Ela era bonita, mas foi minguando de repente, de forma muito estranha mesmo. Até que chegou a motosserra insana e degolou o resto. Ficou como vocês estão vendo lá em cima.

Gostaria de saber qual a lógica que leva uma pessoa (ou pessoas, ou empresa, ou instituição) a cometer arboricídio tão violento. Cadê a fiscalização? Alô,alô, Secretaria do Meio Ambiente do Recife! Não é porque estamos na explosão do coronavírus que devamos fechar os olhos à eliminação de árvores dos espaços públicos. Enquanto de um lado não resta uma planta sequer, do lado oposto da mesma rua, vejam que linda calçada na foto central. Pertence à Cafeteria Santa Clara, que parece valorizar mais o verde do que o estabelecimento comercial cuja lateral fica defronte, onde as árvores vêm sendo derrubadas para abrir vagas para estacionamento. É assim, que todas as calçadas deveriam ser, para que o Recife da emergência climática fosse uma cidade mais bonita, mais agradável e com maior conforto térmico. Mas parece que tem gente que não entende isso. Nem na área pública nem na privada. Sinceramente, Oxe, Recife!

Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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