Parem de derrubar árvores (223)

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É triste, mas é a mais pura verdade. Tem particular degolando as árvores frondosas da Praça Antônio Batista de Souza, que fica entre os bairros de Apipucos e Macaxeira, no limite com a Rua Anauro Dornelas Câmara. A praça não é grande, o gramado está seco (como acontece em todo o Recife), mas já foi bastante sombreada. E o conforto térmico era tão grande, que tornou-se comum se observar pessoas nos seus banquinhos pela manhã e ao final da tarde. E agora, com a clareira?

No dia 6 de dezembro, durante uma caminhada matinal, me defrontei com uma árvore totalmente degolada (foto ao lado), sem uma folha, coma base do seu tronco transformada em cemitério, com uma montanha de galhos mortos. Pois outra árvore acaba de ser degolada, no mesmo local (foto acima). A tentativa de arboricídio tem como autor a mesma pessoa que degolou a  primeira.

Pelo menos, é o que informam os vigilantes dos condomínios em volta do Açude de Apipucos. Já lembrei aqui: árvores de praças, calçadas, ruas, jardins, não podem ser degoladas por particulares. São patrimônio público e sua conservação, poda ou erradicação  são direito e responsabilidade da  Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb). Mas do jeito que a coisa vai, com pouca ou nenhuma fiscalização, a bagunça está grande. Pelo que se vê, todo mundo se acha no direito de eliminá-las. Penalizações – como notificações e multas – no entanto, são deveres da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife.

Ultimamente tenho sentido a impressão que está ocorrendo com a motosserra insana e o arboricídio, mais ou menos a mesma coisa que ocorre com o lixo. É assim: uma calçada, um trecho da areia da praia ou mesmo um terreno vazio estão limpos. Mas vem uma pessoa e começa a jogar lixo ali. Então, em poucos dias, todo mundo se acha no mesmo direito de sujar a área pública.

O local dos primeiros indevidos descartes vira um lixão. Isso pode ser observado tanto em áreas populares – Afogados, São José, Vasco da Gama – quanto nos chamados bairros que ficam nas chamadas áreas nobres, como Jaqueira, Graças, Poço da Panela, Apipucos. Com as árvores está assim. O poder público exagera no corte, nas degolas, nas erradicações. E o particular se acha no direito de fazer o mesmo. No caso das duas, segundo informam ao #OxeRecife, teria sido a mesma pessoa. A primeira degola me foi confirmada pelo autor intelectual do “crime”. O segundo caso ainda está sem confirmação. Ou gente sem noção. Sinceramente…. cadê a alma desse povo? E os órgãos públicos, o que dizem disso?

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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