Mais uma poda radical, mutilação mesmo, em árvore, aqui no Recife. Dessa vez na Avenida 17 de Agosto, em frente ao Edifício Gilberto Freyre, bem pertinho da Praça de Casa Forte. Sinceramente, o Recife, a cidade onde resido, e que tanto amo, é a única pelas quais eu já passei – ao longo da minha vida – onde vejo tantos toquinhos no meio da rua. Toquinhos que eram árvores frondosas, que nos davam sombras, muitas vezes frutos, e nos ajudavam, como ajudam, a regular a temperatura da cidade, onde, a cada dia, aumentam as ilhas de calor. Não entendo esse tipo de violência.
Como estamos cansados de saber, desde 2013, já são cerca de 5 mil as nossas árvores “erradicadas”, segundo as estatísticas da Prefeitura, via Emlurb (Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife, que responde por jardins, calçadas, praças). Ao meu ver, foram “assassinadas” mesmo. Foram vítimas de omissão, da falta de cuidado, e de toda sorte de mutilação. Faço referência à omissão, porque as árvores não são monitoradas como deveriam. A falta de zelo as deixam vulneráveis às pragas, inclusive aos cupins Como se esses dois fatores fossem pouco, ainda tem essa poda exagerada, que a gente vê nas ruas.
São podas tão absurdas, que eu chamaria de mutilações. Muitas vezes, se invoca a rede de fios como necessidade de corte. Mas tenho visto podas sem justificativa, sem que haja um fio sequer, passando em locais como jardins, praças e calçadas. Quase defronte de mais uma tragédia, na frente do Edifício Gilberto Freyre, tem uma outra, do outro lado da mesma Avenida, cuja poda excessiva, terminou por matá-la. Fica em frente ao Condomínio Jardim Carioca. É só passar no local para se ver.
Como uma árvore se alimenta, sem condições de fotossíntese? Do jeito que lhes cortam os galhos, o destino de muitas outras vai ser o mesmo que a gente vê todo dia, e que vem gerando protestos nas redes sociais e nas ruas. “Parem de derrubar árvores”. Como já disse aqui, este ano o #OxeRecife vai computar todas as mutilações e tentativas de “assassinato” de nossas árvores. E ao final de 2017, fará um balanço do resultado do “genocídio oficial”. Todos os registros serão numerados, com rua e bairro onde o “crime” aconteceu. Peço, pois, que todos fiquem de olho. E caso vejam mutilações e “assasinatos” coloquem seus protestos nas redes sociais. Nós, aqui no #OxeRecife somos uma voz contra essa barbárie. E seremos sempre.
Texto e fotos: Letícia Lins
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