Parem de derrubar árvores (154)

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Na minha caminhada matinal de hoje estive na Avenida Beira Rio, para ver de perto o caso da árvore que, segundo vizinhos, teria sido envenenada. Ela fica na esquina com a Rua Benjamim Constant, no bairro da Torre. E está com a copa toda seca (foto). Fui, também, fazer o devido registro já que o #OxeRecife encampa de corpo e alma a defesa do nosso verde, com a campanha Parem de derrubar árvores, contra a motosserra insana e contra o arboricídio.

Por acaso, encontrei no local dois técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Recife. E pelas primeiras informações, a árvore não foi assassinada. Teria sido atacada por uma praga. Como fica em área pública, a sua manutenção é de responsabilidade da Prefeitura, a quem cabe combater doenças, em caso de necessidade. O órgão responsável pelas árvores é a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb).

Árvore dava indícios de que fora assassinada, mas material colhido no tronco pode indicar ataque de alguma praga.

Compete, portanto, à Emlurb tomar medidas preventivas que evitem que as árvores sofram ataques tão danosos. Os dois técnicos colheram partes da árvore para exame.  Há  mais duas – da mesma espécie – do outro lado da rua, que estão passando pelo mesmo processo.  São três faveiros, todos apresentando os mesmos sintomas. Os troncos perderam o viço e as folhas estão secando, da mesma forma que aconteceu com a maior e mais conhecida delas .

Não sei se os três faveiros tivessem sido tratadas a tempo pelos órgãos competentes se seriam salvos, ou se a praga é como um câncer que lhes devora as entranhas, levando os três “indivíduos” à morte. A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Recife informou que foi colhido material e enviado para exame. Só após o laudo se saberá realmente a causa da morte do faveiro e do ataque aos dois outros. O exame está sob responsabilidade da Emlurb, e o laudo deve ser divulgado em uma semana.

As primeiras impressões, portanto, contradizem as informações inicialmente divulgadas por emissoras de TV da grande imprensa, segundo as quais a planta teria sido criminosamente envenenada, a exemplo do que ocorreu com uma outra – no caso uma mangueira – que foi morta com veneno, para desobstruir o estacionamento de uma seguradora, no bairro no Rosarinho. Bom foi que os vizinhos filmaram, e o crime ambiental rendeu uma multa boa (R$ 23 mil) para o autor. Vamos aguardar o resultado dos exames, para saber de fato – e com base científica – os motivos que levaram a árvore da Torre à morte. Caso a morte tenha sido provocada por veneno – o que é improvável – as câmeras de segurança dos prédios da rua poderão fornecer imagens para identificar os criminosos. Lembrete: os dois outros faveiros precisam de cuidados. Em caso contrário, estão com os dias contados.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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