A Rua José Carvalheira, localizada no bairro da Tamarineira (Zona Norte do Recife) é até arborizada, apesar dos espigões que começam a ocupar a via. Em alguns trechos, as copas das árvores se juntam, tornando o passeio agradável para pedestres e ciclistas. Mas na manhã de hoje o serviço de poda estava lá. A árvore atacada não atrapalhava a fiação que passa no lado oposto à calçada onde está plantada.
Estive na via logo cedo, durante minha caminhada matinal, e me defrontei com o barulho da motosserra insana. Quando voltei, o caminhão da Emlurb ainda estava no local, e a copa da pobre da árvore já tinha sido reduzida à metade. Não voltei ao bairro depois, e não sei o que restou. Mas, com certeza, não foi muita coisa. Espero que a poda não tenha sido tão radical como algumas que tenho visto, e que terminam por levar a planta à morte.

Pertinho dali, na Estrada do Arraial, em frente ao Colégio Santa Catarina, encontrei mais um toco, desses com os quais a gente se defronta, diariamente, nas ruas, parques e jardins do Recife. Mas não sei se foi poda, vandalismo ou morte natural. Sei só que a planta já era. E que precisa de reposição. O tamanho do que sobrou é o mesmo de um cabo de vassoura. E a julgar pelo que está lá, não tem mais chance de sobrevivência. Só outra muda, mesmo, para compensar.
Em grande parte das ruas da Zona Norte, aliás, são muitas as marcas de arboricídio. Pois o que não falta são troncos guilhotinados daquilo que um dia foi uma árvore, que nos ajudava a amenizar o calor. Elas estão em bairros como a própria Tamarineira, Parnamirim, Casa Forte, Macaxeira. E até em parques, como o Sítio Trindade, que fica em Casa Amarela. Para José Gomes Neto, leitor do #OxeRecife, “o arboricídio virou a marca dessa gestão da Prefeitura do Recife. E é lamentavelmente negligente e condescendente com esse extermínio diário”. E conclui: “Pobre capital do Nordeste”.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife