Parem de derrubar árvores (13)

Vejam só mais uma maldade exposta nas ruas do Recife. Por favor me respondam: isso que se vê na foto que abre esse post é poda ou mutilação? Será que esse corte, dessa forma radical que foi feito, ainda dá chance de sobrevivência a essa vítima de tentativa de “assassinato”?  Qual o princípio técnico que norteia uma bagaceira dessa? Foi na Rua Coronel João Batista do Rego Barros, entre os bairros da Macaxeira e Apipucos.  Na minha cruzada em defesa de nossas heroínas – as árvores que resistem bravamente à motosserra insana – tenho visto exemplos de sobrevivência das plantas.

Já os observei na Avenida Parnamirim (em frente ao Serpro) e na Rua Desembargador Góis Cavalcanti, próximo ao Supermercado Pão de Açúcar. Nos dois locais, arvores totalmente mutiladas, encontraram meios de tentar viver. As folhinhas chegaram a despontar, mas enquanto eu comemorava, a motosserra passou nos dois lugares e acabou com tudo. Não deixou nem sombra dos dois troncos. Até hoje os dois canteiros – casos devidamente registrados aqui – não ganharam nada, nem uma muda, para repor um pouco do nosso verde que se foi.

A mesma coisa aconteceu com uma outra da qual só restava o toco, na Avenida Dezessete de Agosto, em frente ao Edifício Gilberto Freyre, bem pertinho da Praça de Casa Forte. O toquinho do tronco, com três palmos de altura ficou lá por um tempo, mas perto do carnaval o caminhão da Emlurb passou lá para arrancar o resto. É muito triste ver uma cidade que já cresce de forma desordenada e com o espaço urbano totalmente ocupado, perdendo suas árvores dessa forma impiedosa.

O #OxeRecife está se dando ao trabalho de fazer o registro dessas baixas, com foto e endereço. No final do ano, publicará o balanço das observações. Essas erradicações (verdadeiro “genocídio oficial”) que ocorrem em áreas públicas estão contribuindo, com certeza, para o aumento da temperatura no Recife, que já tem notórias as ilhas de calor, em espaços onde o verde cede lugar ao asfalto e às torres de concreto. “Parem de derrubar árvores”.

Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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