Nem a Praça da República, considerada um dos locais mais bonitos do Recife – e na qual fica a sede do Governo de Pernambuco – escapa da motosserra insana, que todos os dias faz novas vítimas em ruas, praças e jardins da nossa tão querida e nem sempre bem cuidada cidade.
Em março, estive nos jardins do Teatro Santa Isabel, com um dos grupos com os quais costumo percorrer as ruas do Recife a pé, no caso o Caminhadas Domingueiras. Foi só observar os o gramado, e já estava lá, um toco denunciando, mais uma vez a existência do arboricídio no Recife.
É verdade que árvores envelhecem. Nas áreas urbanas, elas têm comportamento diferente do que ocorre nas matas. Portanto, precisam de atenção e cuidados que, todo mundo sabe, não são suficientes no Recife. Ou então, há equívocos na política de arborização. Vão contando aí. Só aqui, no #OxeRecife, registramos desde janeiro do ano passado, 186 vítimas de arboricídio, com foto, local e data. Nos três primeiros nos da atual gestão, 5000 á haviam sido “erradicadas”. Imaginem que número seria esse hoje.
Cada árvore erradicada exige reposição. Onde se mata uma, deve-se plantar duas. Mas não é o que a gente vê. Observem só aquele toco da foto. Fica ao lado do TSI, em plena Praça da República. Ali – ou próximos à Praça – estão não só o Santa Isabel (1850), como outras pérolas da nossa arquitetura como o Palácio da Justiça (1924), o Liceu de Artes e Ofícios (1871), e o Palácio do Campo das Princesas (1841). Temos, ainda um colosso vegetal na Praça, que é seu famoso baobá. A árvore e os prédios são pontos obrigatórios de visita de turistas. Bem que o tronco degolado poderia ter sido removido. Mas fui na terça ao TSI e ele ainda estava lá. Oxe,Recife!
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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife