Passo nesta calçada, quase todos os dias, na Avenida Dezessete de Agosto. Mas só há alguns dias, notei que ali, pertinho de uma banca de revistas, quase em frente à extinta livraria e papelaria Módulo, existe um “tamborete”, formado por tronco de mais uma vítima de arboricídio que assola ruas, praças e jardins do Recife.
Não sabemos qual o motivo da derrubada da árvore. Mas o fato é que, se uma eliminada, duas devem ser plantadas. Mas o tronco está lá, mortinho, sem nenhuma reposição à vista. E não é só lá não. Basta atravessar a Avenida, e ir até a Praça José Vilela, no mesmo bairro do Parnamirim, para se observar mais uma vítima da motosserra insana.
Mas a árvore da José Vilela teve melhor sorte. Como fica em uma área de jardim – a outra estava cercada de excesso de concreto por todos os lados – o tronquinho, pelo menos, está começando a brotar, como vocês observam na foto, com dois galhinhos com folhas novas.
Espero que não aconteça com ela a mesma coisa que ocorreu com árvores como as que ficavam na Rua Desembargador Góis Cavalcanti (perto do Pão de Açúcar) e na Avenida Parnamirim (em frente ao Serpro), também na Zona Norte do Recife. Ambas tentaram sobreviver à motosserra insana, mas quando as folhas estavam renascendo, receberam golpes de misericórdia. Delas, só restam as lembranças e vestígios de pó de serra nos respectivos canteiros. Está tudo muito bem documentado, aqui pelo #OxeRecife, que desde janeiro de 2017 já fez 107 postagens Parem de derrubar árvores, com registro de de 183 óbitos.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife