Parem de derrubar árvores (104)

Com as obras complicadas na BR 101, decidi usar a Avenida Agamenon Magalhães para sair da Zona Norte rumo à praia de Boa Viagem, na Zona Sul. Vejam só que cena triste encontrei no retorno, daquela importante via do Recife, próximo à esquina da Rua Henrique Dias, ali entre o Derby e o Paissandu.

Penso que esta árvore, cujos restos mortais estão expostos, deve ter caído em uma dessas chuvas fortes do Recife. Mas é como dizem os defensores do meio ambiente, se caiu uma, duas devem ser plantadas. Mas esse tipo de providência não foi observado no local. E o defunto ainda está lá, sobre a própria cova, o que não deixa de ser uma cena chocante na nossa cidade, onde há um toco em cada esquina. Ou melhor, estava. Na manhã do sábado, 17, quando voltava de Boa Viagem, pela Agamenon, observei que os resto mortais haviam sido removidos. Pelo menos, isso.

Não restou nenhum toco, na Rosa e Silva, mas pó de serra denuncia mais uma vítima de arboricídio no Recife.

E a motosserra insana permanece agindo.  No sábado à tarde, enquanto caminhava com o Grupo MeninXs na Rua, visitando os velhos e históricos casarões da Zona Norte, me deparei com a cena que vocês observam na calçada, à altura do número 150, na Avenida Rosa e Silva, onde funciona a sede da Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe). Semana passada, um motorista de táxi que acompanha nossa cruzada em defesa do verde me telefonou. Porque agora é assim, vez por outra, me telefonam acusando mais uma vítima de arboricídio. Ou mesmo de poda exagerada. Ainda bem. Eu que já via tantas pelas ruas, de repente, passei a receber mais denúncias quanto a esse grave problema ambiental na nossa cidade.

“Letícia, mataram mais uma árvore, dessa vez na Rosa e Silva”, disse-me o taxista Antônio Marcos da Silva. “Aconteceu domingo (dia 4)”, completou ele. Lembrei, então, que naquela data, a Avenida Rosa e Silva estava interditada, quando vim da praia. E era para isso, para mais uma degola. Dias depois, passei de carro pela via, e nada percebi. Foi andando, no último sábado, com um dos grupos de caminhantes do qual faço parte, que vi o estrago. Dessa vez não ficou toco nenhum na calçada, mas o pó de serra estava lá, dominando tudo. Com o post Parem de derrubar árvores (104) o #OxeRecife , só ele, chega à marca de 177 árvores eliminadas da nossa paisagem. Todas com endereço, data e registro fotográfico. Alô, alô, Ministério Público do Meio Ambiente, ninguém faz nada não, é?

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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