Mais duas vítimas de arboricídio, nas ruas do Recife, ambas na Zona Norte. E uma é tão recente, que hoje ainda estavam lá na calçada os galhos, folhas e o pó deixado pela ação da motosserra insana, que não para de degolar as árvores da nossa querida cidade, o que contribui para aumentar a temperatura e piorar a qualidade do ar que respiramos.
A primeira vítima encontrei na Rua Jáder de Andrade, bem pertinho do Ubaias Center, no bairro de Casa Forte. A árvore que dava uma gostosa sombra no local virou um tamborete, como as quase 170 já registradas aqui no #OxeRecife, desde o ano passado. Observei o seu tronco, e não estava oco, nem tinha sinal de alguma praga que colocasse a planta em risco. Ao contrário, o tronco estava maciço e deve render uma boa matéria prima para quem trabalha com madeira.
Um pouco mais adiante, na Rua Baturité, no encontrei mais um caule degolado. Como árvores nessa situação me chamam muito a atenção, já tinha observado aquela na via do bairro do Monteiro, também na Zona Norte do Recife. Vi uma vez a vítima, ao passar de carro. Depois, na mesma velocidade, olhava e não via nada. Achei que fosse minha impressão ou lapso de memória. Fui chegar de perto, andando a pé. Não era engano. É que o toco fica escondida por carros estacionados por uma oficina, próxima ao local. Aí ela se torna imperceptível para quem passa na Avenida Dezessete de Agosto. Mas constatei que a vítima estava lá.
Ali bem pertinho, também tem menos uma, dessa vez na Avenida Dezessete de Agosto, perto da Fundação Joaquim Nabuco, do lado direito de quem vem no sentido Dois Irmãos – Centro. A árvore tombou com a última chuvarada registrada no Recife. Foi serrada, mas o tronco e as raízes permanecem lá. Não foram erradicados o que tira a chance de reposição de uma outra planta no local. Haja paciência com esse descaso com a natureza no Recife. Com esse post, o #OxeRecife contabiliza 171 árvores eliminadas da nossa paisagem. Anotem esse número. Porque vem mais “tamborete” por aí. Não vou deixar passar nenhuma. Se vir, coloco aqui, para que as pessoas saibam do tamanho do arboricídio.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife