Dez horas de festa no meio da rua, com muitas atrações gratuitas. Incluindo atrações musicais. Assim é o festival “Panela do Jazz”, que acontece neste sábado, no histórico e um dos mais aconchegantes bairros do Recife: o Poço da Panela. Em 2024, o homenageado do evento é o Mestre Capiba (1904-1997), que vai ser lembrado através de improvisos do frevo e do jazz. O Festival, que começa a partir das 14h, tem atrações circenses, exposições, projeção de fotografias, feira de artesanato e economia criativa e música, muita música.
Vamos a algumas das principais atrações musicais do Panela do Jazz. A programação musical tem início com Combo CPM, formado por integrantes do Conservatório Pernambucano de Música, às 16h. Lembrete: nos intervalos das apresentações, o som é o DJ Ari Falcão, com repertório de clássicos do jazz extraídos de discos em vinil. Veja, abaixo, atrações musicais que ocupam o palco, nesse sábado:
Neris Rodrigues (foto acima) e o Trombonando – O show “Música do mundo” acontece às 17h. E esmiúça a trajetória do jazz no Brasil e se debruça sobre as fusões com frevo, coco, agueré, funk, música ancestral árabe e percussão afrodescendente. Apresentação mescla sons em percurso pela ideia de brasilidade e prepara número especial à base de frevo em tributo a Capiba.
Duo Repercuti (de camisas azuis) – Às 20h, o Show “Duo Repercuti Convida os Tambores da Xambá” faz uma celebração da música afro-pernambucana e brasileira, com a proposta de uma experiência musical inédita a partir de arranjos específicos das composições do primeiro álbum. Espetáculo se define como símbolo de resistência e identidade cultural. Este ano, o Duo ocupou vários palcos da cidade, com performances que foram aplaudidas de pé pelo público. Lais de Assis Trio – A pernambucana é violeira, arranjadora, pesquisadora e arte-educadora, criou uma linguagem própria à frente do instrumento de corda e usa como inspiração o universo sonoro nordestino e as ancestralidades. O show com o trio tem o acompanhamento da tuba de Alex Santana e da percussão de Nino Alves, com improviso in spirado na sonoridade regional. Às 18h30m.
Gilú Amaral (de chapéu, na foto)- Com o álbum recém-lançado “O Sopro e a Percussão”, o habilidoso percussionista pernambucano exalta a força sonora dos metais na música pernambucana e a conexão com ritmos e gêneros no cenário internacional. Apresentação, às 21h30m, atravessa o regional com improvisaç&otild e;es típicas do jazz sob influência de Moacir Santos, Hermeto Pascoal e Naná Vasconcelos. Quinteto Violado (foto superior) – Grupo icônico da música nordestina e brasileira, com 52 anos de vida, o Quinteto encerra a noite. E faz da música regional e do trabalho de pesquisa o material de trabalho das apresentações. A sonoridade própria estabelece conexões com a musicalidade universal e celebra o cosmopolitismo da arte, com absorção da contemporaneidade e improvisações jazzísticas – do popular ao erudito. A apresentação no Panela do Jazz enfatiza a faceta instrumental do grupo.
A programação faz tributo aos 120 anos de nascimento do Mestre Capiba, ícone da improvisação frevista, e ao grupo Quinteto Violado – uma das atrações da programação de 2024. O Quinteto está comemorando 53 anos e o show é o primeiro após a morte do flautista Ciano, integrante da formação por 43 anos. A grade reserva mais de dez horas de atividades artísticas gratuitas, com palhaçaria, exposições, música, feirinha livre, artesanato e diversidade gastronômica – para públicos de todas as idades. O evento será transmitido ao vivo pelo canal do do Panela do Jazz no Youtube (@paneladojazz). A festa começa logo cedo, às 14h, com a abertura da feira Olegarinha de Artes da Mulher (às 14h), voltada à economia criativa e ao empreendedorismo feminino, com curadoria da designer e chef Cecília Montenegro. O espaço presta homenagem à abolicionista e ícone da luta pela emancipação feminina Olegária Carneiro da Cunha, conhecida como Mãe do Povo por organizar bazares e outras atividades para arrecadar fundos e custear cartas de alforrias de escravizados na região.
O festival recria o encantamento bem-humorado dos artistas circenses de edições anteriores com uma tripla apresentação a partir das 16h30, para crianças e adultos. As atrações circenses: A Palhaça Vareta com o espetáculo “Desentupirada”. Às 17h30, é a vez do Palhaço Gambiarra, com a performance “Um curto-circuito de risos”. As apresentações circenses são encerradas com o espetáculo “Meu Circo”, da companhia Meu Circo, com previsão de início às 18h30. As atividades cênicas incluem, ainda, a exibição do espetáculo A Menina que Tocava Jazz, do Coletivo Resistência, às 20h.
Há, ainda, a exposição “Momento”, concebida e montada pela fotógrafa francesa radicada no Recife Dominique Berthé e pelo artista plástico Imaraí Freitas, que acontece na casa-atelier dela (Rua Álvaro Macêdo, 70) ficará aberta entre as 16h e 20h do sábado. As obras versam sobre trajetória, criações, expressões e linguagens da artista. Na casa vizinha, onde funciona o Poço das Artes (Álvaro Macedo, 54), tem Projazzções, incursão artística com a ideia de combinar harmonicamente imagens e músicas através da projeção de fotografias em sintonia com clássicos do jazz nacional e internacional. Será entre 20h e 1h. A proposta do fotógrafo Anderson Steves e do DJ Ernesto Jr. é evidenciar o diálogo e a sinergia criada pela combinação de vertentes artísticas de aprecia ção sensorial diferente – visual e auditiva.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação / Panela do Jazz e Acervo #OxeRecife (Cepe)