Pandemia: Máscaras “ecológicas”. Pessoas infectadas são 73 em PE

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Gente, não está fácil. Difícil achar álcool em gel, complicado encontrar o líquido (em 70 por cento, a concentração que abate o coronavírus), lenço de papel ficou cada dia mais raro nos supermercados e farmácias. No Rio Grande do Norte a Caern (a Compesa de lá) está pedindo à população para “maneirar” o gasto com a água, já que o consumo subiu mais de 30 por cento, e poderá faltar se todo mundo continuar tomando banho e lavando as mãos sem economizar. No Recife, máscaras de proteção facial viraram artigo de luxo. Sumiram mesmo. Todo mundo querendo se proteger do coronavírus, que já contaminou 73 pessoas em Pernambuco, segundo informações divulgadas neste domingo pela Secretaria Estadual de Saúde.

E quando as máscaras aparecem, comerciantes inescrupulosos cobram por elas preços proibitivos.  Já houve alguns pedindo R$ 50 por uma unidade, segundo relato de um amigo meu que também estava à procura. Procon neles! Ainda bem que tem empresa fabricando, para distribuir de graça, como é o caso do Grupo Moura, que está  produzindo 100 mil para doação. Procurei muito em farmácias aqui da Zona Norte, mas nada… Até que ao buscar meu aguardado álcool em gel, em uma pequena farmácia – a Harmonia, na Estrada do Arraial – me defrontei com um aviso, em uma loja quase vizinha, a Sal da Terra: “Máscaras Ecológicas”, dizia uma faixa colocada em quase toda a largura da fachada da loja. Parei, olhei. O vendedor informou que elas protegem, que são laváveis podendo, portanto, serem reutilizadas. Não entrei na loja, e fechei negócio na calçada mesmo, sem usar dinheiro de papel. A maquineta estava protegida por uma película de plástico, que era higienizada a cada uso.

Máscaras fabricadas artesanalmente custam R$ 5 a unidade no Recife: prestigiando a produção local nesses tempos de economia combalida.

Na dúvida – quem não tem cão caça com gato, diz o velho ditado – comprei um pacotinho com dez unidades, cada qual a R$ 5. Tentei usar, mas ainda não estou conseguindo. Me dá a sensação de sufocamento, mas o problema é meu, e não da máscara, que também não sei até que ponto me mantém protegida, pois é totalmente artesanal. Claro que estou limitando as saídas ao mínimo possível. Mas  de manhã, pelo menos duas ou três vezes por semana, tenho feito uma caminhada por ruas desertas, longe de aglomerações, tomando todas as precauções quando chego em casa. E acho que a máscara será utilizada para ida a supermercado, padaria, farmácia.

O primeiro, no entanto, estou dando preferência aos que não têm ar condicionado, tipo Descontão. No entanto, já observei que alguns que são refrigerados, como o BigBompreço, em Casa Amarela, têm tomado precauções maiores com a higienização.  Tem gente sempre passando álcool nos carrinhos, funcionários higienizando o chão, limpando tudo. Embora a gente tenha que fazer o mesmo, quando chega em casa. Porque pelo que dizem os especialistas, o coronavírus,um verdadeiro buscapé pela velocidade com que se propaga, fica vários dias na superfície das coisas. Então, todo o cuidado é pouco. Na rua e também em casa. Hoje já lavei quatro sandálias havaianas, já passei pano com água sanitária na casa, já higienizei torneiras e maçanetas.

E aprendi a usar o cotovelo para apagar e acender as luzes! No Brasil, no entanto, não falta quem ainda consiga fazer humor com a pandemia e a escassez de máscaras de proteção facial. A Internet está cheia de exemplos engraçados, sugerindo improvisação para confeccionar máscaras que “protejam” o cidadão do risco de contágio. Uma mulher postou um vídeo em que usa uma calcinha na cabeça, em que o fundo forrado serve para proteger o respectivo nariz. Os orifícios que seriam usadoa para vestir a peça íntima pelas coxas das mulheres, servem para deixar os olhos da gaiata à mostra. Essas duas fotos menores, peguei nas redes sociais.  Na primeira, acima à esquerda, o cidadão fez uma “máscara” com a casca do milho. O segundo (à direita) usa uma quenga de coco. É criatividade, ou não é?

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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