Pandemia: Magiluth nada contra a maré

Pensem em uma meninada para nadar contra a maré, essa turma do Magiluth. Os garotos até lembram a piracema. Não pararam nem desistiram e lutam com garra contra as ondas da pandemia. Até arranjaram uma forma de navegar e carregar o barco do grupo, mesmo no isolamento social e  durante o fechamento de teatros.  Criaram um espetáculo virtual que fez o maior o sucesso na primeira temporada. Foi o Tudo que coube numa VHS: Experimento sensorial em confinamento, encenado via redes sociais, mas  para pequenas plateias, mediante pagamento ingressos. Pois agora Magiluth e o Sesc Avenida Paulista anunciam quatro semanas gratuitas da experiência, com sessões de quinta-feira a domingo, a partir das 19h.

Os ingressos serão disponibilizados a cada semana, na terça-feira, no site www.sescsp.org.br/avenidapaulista. Pois a primeira edição do novo projeto também fez sucesso. Foi só anunciar a nova parceria na Internet e, em nove minutos, os ingressos se esgotaram. Agora, os ingressos são gratuitos, mas é preciso “retirá-los”, porque a apresentação vai na contramão do que praticam os artistas na Web, que se vangloriam de seus “milhões” de seguidores. No caso do Magiluth, a encenação é para grupos limitados. Digamos, assim, um teatro de bolso virtual, individualizado. Na primeira etapa, foram 1.600 espectadores, do Brasil e mais 18 países da América do Sul, América Central, América do Norte, Europa e Ásia, entre os dias 7 de maio e 21 de junho.

E haja trabalho! Os atores concluíram 48.150 minutos de encenação, tempo equivalente a mais de 33 dias. No Brasil, foram contempladas todas as regiões, com espectadores de 21 estados e 161 municípios. Desenvolvido a partir do atual momento de suspensão social, Tudo que coube numa VHS: Experimento sensorial em confinamento busca propor estratégias artísticas que respondam à singularidade do período que vivemos e às necessárias restrições que o caracterizam.  A dramaturgia, escrita por Giordano Castro, narra uma história de amor de forma não linear. A imersão percorre múltiplas plataformas digitais e compõe para cada espectador uma experiência estética particular e individual, na qual também ele opera como agente de construção.

Para iniciar o experimento, o ator/performer entra em contato através de uma ligação e a narrativa é construída a partir de fragmentos enviados por meio de aplicativos como WhatsApp, Instagram, YouTube, Spotify, Deezer e e-mail. O grupo recomenda escolher um lugar silencioso, confortável e usar fones de ouvido. A narrativa é desenvolvida a partir desses recortes de momentos e tem levado o público – entre críticos, atores, diretores, dramaturgos, anônimos e famosos – a se emocionar. Um vídeo publicado no Instagram do Magiluth reúne depoimentos de vários espectadores, gravados após Tudo que coube numa VHS: Experimento sensorial em confinamento.

Gabriel Leone, Maria Bopp, Jesuíta Barbosa, Júlia Lemmertz, Caco Ciocler, Evandro Mesquita, Hermila Guedes, Michelle Batista e Fabrício Carpinejar estão na compilação. Viva o Magiluth!  Com 15 anos completados em 2019, o grupo é um dos mais premiados de Pernambuco. No início do ano inaugurou Espaço Cultural Casarão Magiluth, no Bairro da Boa Vista. Fechou para reforma no carnaval, e passaria a funcionar a todo vapor em março, quando veio a pandemia. E eles tiveram que se reinventar. O espaço está fechado, mas mantido e volta a funcionar assim que for permitido. Tem mais de mil metros quadrados, para abrigar espetáculos, shows, oficinas, palestras e encontros artísticos.

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SERVIÇO
Segunda temporada de “Tudo que coube numa VHS: Experimento sensorial em confinamento”
Quando: Quinta-feira a domingo, a partir das 19h, pela internet
Quanto: Gratuito
Informações e retirada de ingressos: www.sescsp.org.br/avenidapaulista

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Pedro Escobar/  Divulgação / Grupo Magiluth

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