Já está explicado. A palmeira imperial (Royatonea oleracea) e a amendoeira (Teminalia catappa) da calçada do Bar Real, no Poço da Panela, foram vítimas da degola oficial. A Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) informou que as duas plantas precisavam ser sacrificadas. A primeira porque foi atacada por uma praga fatal. A segunda, porque estava provocando danos à calçada, tinha cupins, e seu tronco muito inclinado (foto abaixo) indicava que a planta poderia cair.
“A supressão da amendoeira foi realizada, eliminando as consequências do inevitável tombamento em área pública”, informa a Emlurb, em nota enviada ao #OxeRecife. “A amendoeira havia sido plantada dentro de uma manilha de drenagem o que contribuiu com alguns problemas tais como inclinação, granulose, descolamento da casca e avanço do ataque de cupins”. De acordo com a Emlurb,”um engenheiro realizou vistoria e detectou o risco iminente de queda da árvore”. Tanto a palmeira quanto a amendoeira foram alvos de postagens aqui no #OxeRecife, dentro da campanha de defesa do verde da cidade (Parem de derrubar árvores). E vocês podem obter mais informações sobre as duas plantas nos links do Leia também.
A palmeira, que ficava na mesma calçada, na esquina da Avenida Dezessete de Agosto com a Rua dos Arcos. Sofria várias doenças provocadas por ataque de praga chamada broca de olho de palmeira (Rhynchophorus palmarum). Informou a Emlurb que as larvas se alimentam dos tecidos tenros da planta. Já os adultos são transmissores do nematoide causador de doença conhecida como anel vermelho e de um fungo que provoca doença conhecida como resinose. É uma pena que estejam sumindo tantas árvores da paisagem do Recife. Sabemos que as plantas têm tempo de vida, mas no locais onde elas habitavam o que se vê, agora, é lixo acumulado. O fato é comum, quando os alegretes (canteiros) estão vazios. E isso é muito triste. A derrubada das duas plantas consternou moradores do bucólico bairro do Poço da Panela que, pelas redes sociais, cobravam explicações sobre destino tão dramático da palmeira imperial e da amendoeira.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins e Emlurb (foto vertical da amendoeira)