Ela não é nativa. Mas sua presença é tão grande em calçadas, jardins e condomínios do Recife que tem gente até que pensa que a palmeira é brasileira. Como caminho muito, costumo admirar sua floração e frutos de cores vivas, que constituem uma festa para pássaros e insetos, como as abelhas. E também para os nossos olhos. Então, nesses tempos de confinamento devido à pandemia, um colírio e um alívio, para você se distrair com a beleza dessa planta, cujo nome eu desconhecia.
Para mim, era uma palmeira. E pronto. Não sabia a espécie, no entanto. Procurei na Internet, mas havia tantas semelhantes, que não consegui identificá-la com precisão. Quem matou a “charada” foi meu amigo Fábio Cabral de Melo, da Loja Passa Disco. Ele trabalhou com jardinagem durante longo tempo, até que não mais conseguiu conciliar a atividade com a loja. Mas mesmo assim, ainda hoje, dedica seu tempo livre a canteiros, jarros e jardins do condomínio onde reside. De vez em quando ele me auxilia quando o assunto é planta, principalmente as decorativas. É a Fábio que sempre recorro, quando preciso informação sobre uma ou outra espécie.
Também conhecida por Palma-de-Manila, a Veitchia merrillii tem origem nas Filipinas. Chegou de vez ao Brasil, e hoje suas mudas são comercializadas até na Internet, por preços nem sempre bem camaradas. A palmeira cresce rápido, motivo pelo qual vem sendo muito utilizada em jardins de prédios e também em canteiros nas calçadas. Chega a atingir entre cinco e oito metros de altura, e pode ter até 25 folhas. Quando caminho, costumo observar seus cachos floridos, os frutos ainda verdes e já maduros, ovalados, belíssimos.
Quando novos, os frutos são de cor verde oliva. Maduros, se apresentam com um vermelho tão intenso, que chama a atenção. Suas sementes brotam em períodos que vão d 16 a 34 dias, com altos índices de germinação: 96 a 100 por cento, segundo algumas publicações. A frutificação ocorre durante todo o ano, porém mais frequente em meses secos. Embora venha tomando as calçadas do Recife, a planta não é recomendada para esses espaços, porque sua sombra nem de longe se compara a de árvores como a acácia e o flamboyant, também exóticas mas hoje totalmente integradas à paisagem não só do Recife, mas de muitas outras cidades brasileiras. Pode até não dar sombra, mas que a palma-de-manila é linda… ah, isso é.
Veja como as abelhas desfrutam desse bem da natureza:
Leia também:
Tapiá, uma festa para os pássaros
Parem de derrubar árvores 235 (coitada da cabaceira)
Parece coco, fruta-pão, mas é…coité
Hoje é dia do Pau-brasil, lembram-se?
A exuberância do abricó-de- macaco
Pitomba tem poder analgésico?
É verdade que piranga é afrodisíaca?
O charme e o veneno da espatódea
As mangas da vida
O tapete vermelho do jambo do pará
Dia da Árvore: a “vovó” do Tapajós
Viva a árvore mágica, no Dia do Baobá
Calçadas cidadãs, na Jaqueira e no Parnamirim: todas deviam ser assim
Cidadania a pé: calçada não é perfeita
Fábio: Entre a Passa Disco e a natureza
Parem de derrubar árvores (141)
“É preciso arrancar as folhas antigas”
Vamos todos à nova Passa Disco
Passa Disco agora é no Espinheiro
Dia da Árvore: a “vovó” do Tapajós
Desabrochar musical da Flor do Baobá
O maior colosso vegetal do mundo
Veja a flora do Sertão em Dois Irmãos
A caatinga no Jardim Botânico
Jardim Botânico tem trilha amazônica
Por um milhão de árvores na Amazônica
Esso decide plantar 20 mil árvores para proteger mico-leão dourado
Coca-Cola planta 600 mil árvores
Texto, fotos e vídeo: Letícia Lins / #OxeRecife
Olá! Fiquei muito feliz quando encontrei esta publicação, porque encontrei esta palmeira em Bertioga, São Paulo, achei linda, peguei sementes e já tenho mudinhas. Vinha procurando descobrir o nome desta planta há meses e não encontrava! Muito obrigada a você e ao Fábio! Abraços
Flávia,também me deram tantos nomes errados. Cada jardineiro que eu via cuidando e perguntava, me dizia um nome diferente. Conheço algumas pessoas que também tinham a mesma curiosidade. A palmeira é linda, principalmente quando frutifica. OBgpor estar nos seguindo.
O fruto vermelho dela é comestível?
Não sei, Ryan. Não vi nenhuma referência a esse fato. Até procurei, mas não encontrei.