Nascida no sítio Minadouro, no município de Ingazeira – a 385 quilômetros do Recife – a pernambucana Odília Nunes (foto acima) tem, sonha democratizar o acesso da população às artes. Principalmente para aqueles que vivem longe dos centros urbanos. Um sonho, aliás, que virou projeto de vida. Atriz, palhaça e bonequeira, ela é, também, produtora cultural. Para a sertaneja, “formar plateia” não é tudo. O que ela quer, mesmo, é que os moradores das áreas rurais do Nordeste conheçam mais a dança, o teatro, o circo, a música. E ela vem conseguindo, no vilarejo onde nasceu, no Sertão do Pajeú. Isso desde 2015, quando criou o Projeto no meu terreiro tem arte, que recebe convidados de todo o mundo para residência artística. Sob o “guarda-chuva” do Meu Terreiro, ela ainda desenvolve dois festivais: o Chama Violeta (na quinta edição) e o Palhaçada é coisa séria. Este, entra nesse mês em sua segunda edição, que será realizada entre os dias 25 e 27 de março. Mas as oficinas do festival já começam nessa segunda-feira.
Patrocinado pela Lei Aldir Blanc (LAB PE), este ano a plateia do festival vai romper o limite da vizinhança do Sítio Minadouro. É que seguindo restrições sanitárias adotadas pela prefeitura de Ingazeira, vigentes até final de abril, produção do evento decidiu trabalhar apenas no formato on line com transmissão pelo canal do Youtube do No meu terreiro tem arte. Na versão anterior, os artistas vieram de todos os cantos para se apresentar nos terreiros vizinhos com público restrito aos moradores. Na ocasião, as apresentações foram gravadas e transmitidas pelo canal do Youtube. Dessa vez os grupos enviaram seus vídeos para compor a grade de programação, que está bem diversificada e recheada de arte, reflexões e um espaço para formação. Ingazeira fica a 385 quilômetros do Recife.
O Palhaçada é coisa séria terá seis apresentações ( duas por dia), (duas oficinas), uma roda de conversa e seis curtas. A curadoria desta segunda edição é da própria Odília Nunes, palhaça há 16 anos e coordenadora geral do No meu terreiro tem arte. Sua experiência como brincante e participante de festivais de palhaçaria traz a bagagem necessária para entender as especificidades de um festival de comicidade. No Palhaçada é coisa séria– segunda edição, Odília conta com a parceria de Cla Solar, produtora, atriz e escritora do Sertão do Pajeú, com experiência na produção de eventos que enalteçam artistas independentes do Sertão e das periferias metropolitanas com poucas oportunidades na divulgação de suas produções artísticas autorais.
Esquentando os tamborins para o Festival, haverá a oficina de figurino, Trocando a Pele, com Fabiana Pirro, dias 21, 22 e 23 de março. Fabiana é figura tarimbada das passarelas e dos palcos, sendo atriz e também palhaça. A outra oficina é o que uma Palhaça pode te ensinar, com Ana Flávia, dia 24/03. Esta última voltada para professores da rede municipal de Ingazeira. Ambas realizadas pelo aplicativo Zoom. As inscrições para as oficinas podem ser feitas no instagram @nomeuterreirotemarte. Mais informações Ana Nogueira | Imprensa 81.99918.4817 @nomeuterreirotemarte (Instagram)
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação / Palhaçada é coisa séria