Muito interessante a iniciativa de Maria Fenício, atriz, palhaça, performer, terapeuta ocupacional e sanitarista. É que, como a Palhaça Solarina, leva alegria a comunidades rurais com o espetáculo “Enquanto isso no Carnaval…” Afinal, “pão e circo” – como já se apregoava na Roma Antiga – todo mundo quer, não é? A turnê pelo campo começa no sábado (10/5), às 16h, em assentamentos do MST. As apresentações ocorrerão na Região Metropolitana, na Zona da Mata e no Agreste de Pernambuco. As encenações são gratuitas, e abertas também ao restante da população local, abrangendo público de todas as idades.
A iniciativa faz parte do Projeto “Solarina no Campo – Uma Palhaça em Assentamentos Rurais”, que abrange quatro assentamentos, em quatro municípios. O espetáculo é curtinho: dura 30 minutos. E propõe um encontro entre o riso e as tradições populares pernambucanas, passando pelo frevo, maracatu rural e cavalo marinho, em uma narrativa lúdica e acessível. Através da figura brincante de Solarina, o projeto difunde a arte circense em áreas com pouco acesso à cultura, promovendo o direito ao lazer, à arte e à brincadeira para crianças, jovens e adultos do campo. Direcionado a crianças e adultos, além de levar arte, o espetáculo também foca a questão feminina, pois busca provocar reflexões sobre opressão de gênero através do humor, fortalecendo movimentos sociais que apoiam cultura e inclusão nas zonas rurais. Diz ela:
“O lugar da mulher também é brincando o Carnaval, se divertindo, fazendo arte. Criei Solarina a partir de uma necessidade de rir mais da vida e de fazer outras pessoas rirem comigo. Levar isso até os assentamentos, onde o acesso à cultura muitas vezes é negado, é uma forma de resistência e de cuidado com a nossa gente”.

Marina Fenicio entende muito bem do que faz. É atriz, performer e palhaça, com trajetória iniciada em 2015. Formada pelo curso de Interpretação para o Teatro do SESC/Santo Amaro (Recife/PE), Marina desenvolve seu trabalho artístico a partir da pesquisa do feminino e suas opressões, da bufonaria e da palhaçaria popular brasileira. Já atuou no teatro e em performances de rua, vídeo-performances e oficinas do teatro do oprimido, trazendo em sua arte o riso, o autoconhecimento e a militância por novos imaginários sociais.
Ela também é Terapeuta Ocupacional e Sanitarista, e agrega sua formação em saúde ao fazer artístico, apostando na arte como ferramenta de transformação, diálogo e resistência. Com registro profissional (DRT), participou de importantes projetos como “Mulher Carne” e “Ubu Rei”, além de espetáculos on-line durante a pandemia e oficinas voltadas para performances e artes circenses, sempre em conexão com temas como saúde, brincadeira popular, cultura afro-indígena e antirracismo.
Leia também
Pandemia tem delivery de palhaços
Sertão tem Palhaçada é coisa séria
Palhaça Malagueta: Humor discute assuntos como violência doméstica
Rosa dos Ventos no casarão Magiluth tem palhaçaria
Palhaças agitam jardim e cabaré
Palhaças invadem o Recife
Jornalista, atriz, palhaça e amiga
Palhaças chegam na Amazônia
Vamos morrer de rir com elas?
Pandemia com delivery de palhaços
Véio Mangaba é palhaço insone
Violetas da Aurora em movimento
Resistência das Violetas da Aurora
Violetas da Aurora em mesa de glosas
Marsenal tem Doutores da Alegria
Pensa censurada passa no Teatro Apolo de graça
Doutores da Alegria: festa virtual
Festival Miolo Mole tem sete horas no ar
Doutores da Alegria contam causos
Galpão das Artes tem teatro lambe-lambe
Galpão das Artes ajuda circos do interior
Coroas aprendem a ser palhaços
Mulheres circenses e a vida do picadeiro
Escola Pernambucana de Circo oferta bolsa de R$ 5 mil
O circo é uma festa. Aproveite!
Circo na frente de casa
Usina cultiva cultura no Solo da Arte
Serviço
Mais informações da pesquisa completa sobre palhaçaria feminina e a cultura popular: www.conexaobrincante.com.br. E para mais informações das apresentações: @conexaobrincante
Calendário de presentações gratuitas de “Enquanto isso no Carnaval…”:
10/05, às 16h– Assentamento MST Jaboatãozinho (Moreno/PE)
24/05, às 16h– Assentamento MST Canoa Rachada (Água Preta/PE)
31/05, às 16h– Assentamento MST Boa Vista (Limoeiro/PE)
07/06, às 16h– Assentamento MST Pedro Inácio (Nazaré da Mata/PE)
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação e Acervo #OxeRecife