Os verdes gramados de Salvador

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Quando chega o inverno, as praças e parques do Recife, beneficiadas pelas chuvas, ostentam até um pouco de verde em seus gramados. Isto é, onde a vegetação de solo não morreu de vez, porque a cada ano ela se torna mais escassa.  No verão, a situação de nossas praças fica um clamor, à míngua mesmo. E não precisa ir muito longe não. Basta passar pelas do centro – Praça da Independência, Praça Dezessete (em Santo Antônio) e Maciel Pinheiro (na Boa Vista), por exemplo –  para observar o estado precário dos seus gramados. Os canteiros estão há muito tempo no barro puro.

Isso ocorre no Recife. Mas em outras capitais como Salvador, onde estive em dezembro passado, o que mais me surpreendeu foi que, apesar do excesso de calor, as praças, jardins e parques como demais áreas públicas, permaneciam verdes, como vocês podem observar na foto acima, no Morro do Cristo, na praia da Barra. Vejam o gramado ao lado, em pleno verão, sob a tirolesa, no mesmo local.

No centro, nas áreas mais populares de Salvador, também não vi a grama seca que se observa no Recife, onde em outras gestões, a situação dos gramados não era tão calamitosa. Essa foto aí do lado (D) é no Campo da Pólvora, onde fica o Fórum Ruy Barbosa, em Salvador. Comparem a situação do gramado com a da Praça da República (ver link abaixo), que fica entre o Palácio do Campo das Princesas e o Tribunal de Justiça, no Recife. Amigos meus residentes em Salvador relatam que a situação, no atual verão, permanece a mesma.

E viva os bons gestores, que cuidam de praças das cidades que gerenciam como se fossem os jardins de suas casas. Infelizmente, este não é o caso do Recife, onde as áreas públicas ostentam árvores degoladas em excesso, lixo, flores zero (a não quer no Parque da Jaqueira) e grama seca (ou definitivamente morta, sem chance de renovação). Dêm só uma voltinha no centro e observem, também os canteiros à margem do Rio Capibaribe, tanto na Rua do Sol como na Rua da Aurora. A situação é de tristeza. Uma tristeza seca…

Longe de Salvador, na Ilha de Itaparica – a 39 quilômetros da capital da Bahia – também observei o cuidado com que os jardins são mantidos. Apesar do verão escaldante, da ventania da beira-mar e do excesso de turistas, os gramados de praças e boulevards, verdinhos, nem de longe lembram os gramados ressequidos do Recife, que nunca, mas nunca mesmo, levam água.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins e Fernando Batista (cortesia)

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