Os santos de Ribamar na Fenearte

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Se tem um estande que nunca deixo de visitar, na Fenearte, é o do Piauí, estado conhecido pela fama dos seus santeiros. Só em Terezina, são mais de 30, bem famosos. Um deles, já falecido, o Mestre Dezinho, hoje tem imagens em madeira espalhadadas em museus do mundo. Há outros, em Amarante, Campo Maior, Floriano, Parnaíba, Pedro Segundo e outros municípios daquele estado nordestino.

Normalmente eles trabalham em madeira, na confecção de anjos, santos e santas – São Francisco, São Jorge, Nossa Senhora (sob todas as invocações), Padre Cícero – deixando a matéria prima na cor natural. Mas tem um daquele estado, Ribamar, cuja marca do trabalho é a alegria. Suas peças, que incluem também graciosos santuários, fazem a festa dos visitantes da Feira, que gostam de decorar a casa com peças coloridas.

Esse ano, mantive a tradição e visitei Ribamar, que além de ser um grande e diferenciado artesão, é, também, um amor de pessoa. Comprei a ele mais um São Francisco, para minha coleção do santo italiano, que soma quase 60 imagens em diversos materiais, sendo que cinco são do próprio Ribamar, de quem tenho um pequeno “altar” em casa. Não é que seja devota, mas tenho admiração muito grande pela história de São Francisco de Assis, ao meu ver o primeiro ambientalista do mundo e, também, por ter sido considerado um “rebelde” em sua época. Mas, na verdade, um rebelde de boas causas.

Pois Ribamar,  que mora e trabalha em Terezina, oferece várias e curiosas versões de São Francisco. Há aquele sentado em uma cadeirinha de cor azul. Há outros, que possuem os pássaros – clássica presença na imagem daquele santo – mas aos pés do qual, o artesão salpica flores. E o que acho interessante é, que nos últimos três anos, quando compro um São Francisco, Ribamar tem me dado um brinde, que guardo com muito carinho: um pequeno Espírito Santo, uma Nossa Senhora Aparecida, e um Padim Ciço, do qual não tinha nenhuma imagem em casa. Isso porque, ao contrário de São Francisco de Assis, os artesãos não diversificam tanto a criatividade, quanto ao santo italiano. Mas em sendo de Ribamar, o pequeno Padim já ganhou aqui em casa o seu lugar. A Fenearte vai até domingo, no Centro de Convenções, na Zona Norte do Grande Recife.

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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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