Operadoras ameaçam pedestres

Andar pelas calçadas e ruas do Recife agora exige cuidado dobrado. Como se não bastassem os desníveis, os buracos, os esgotos sem tampa e cocô de cachorro em todo canto, o pedestre tem mais uma coisa para se preocupar: os fios deixados por operadoras de telefonia no asfalto e, principalmente, nas calçadas. Como alguns são cinza, terminam virando uma armadilha principalmente para pessoas com baixa visão, já que estas não conseguem distinguir bem objetos da mesma cor à distância.

Na última segunda-feira, caminhando por uma calçada da Avenida Dezessete de Agosto vi quando um senhor idoso tropeçou em um fio e caiu do outro lado da rua. Na terça, andando até de Apipucos até Parque Estadual de Dois Irmãos, contei 12 fios jogados na calçada em um pequeno trecho: aquele que fica entre a esquina da BR 101 (sob o viaduto) com a Rua Dois Irmãos e o Lafepe. Eram fios soltos, fios enrolados, fios no caminho, nos quais qualquer pessoa mais distraída pode tropeçar.

Sinceramente, não sei onde está a cabeça das operadoras, que – pelo visto – não costumam instruir os seus funcionários ou prestadores de serviço. Dia desses, aqui na frente de casa, fizeram um trabalho e deixaram a bagaceira na minha calçada. Fui lá reclamar. E eles apanharam.  Todas, infelizmente, sem exceção, cometem o mesmo absurdo. E porque a Prefeitura não aperta esse povo? Afinal, eles estão tumultuando as vias públicas, colocando em risco a segurança da população.

Alguns “novelos” ficam na beira das calçadas, em pontos de travessia junto à faixa de pedestres. Ou seja, a pessoa vai atravessar a rua, pode tropeçar e cair no … asfalto. Sei não, mas acho que o material usado deveria ter a identificação de cada operadora. Deixou na rua… multa na empresa e esta, por sua vez, adverte seus funcionários.  A Emlurb, por sua vez, instruiria os garis, a identificar os fios e, assim, tornar mais fácil o controle.  Será que não resolvia? Sinceramente… E o pior é que também existem muitos fios caídos, e a população fica sem saber se é daqueles que dá choque ou se pode provocar apenas um tropeção. Afinal, o que já teve gente, jumento e cachorro morrendo no Recife por conta de descargas elétricas em vias públicas não é pouco. Me digam uma coisa, isso é normal?  É assim em outros países ou em outras cidades? Do jeito que a bagunça está grande, as operadoras devem estar pensando que o Recife é a “casa da mãe joana”.

Leia também:
Novas calçadas: 124 quilômetros até 2020
Calçada larga na Rua Gervásio Pires
Convite ao tombo no Centro
Centro do Recife precisa de Mais Vida
Você está feliz com o Recife?
Calçada dá medo na gente de afundar
Acidente em calçada requer até Samu
Calçadas cidadãs da Jaqueira e Parnamirim: todas deviam ser assim
Comunidade recupera calçadas em Casa Amarela. Essas cenas vão sumir?
O drama das nossas calçadas
Quem inventou as famigeradas tampas duplas de nossas calçadas?
Já torci o pé três vezes
Quem chama isso de calçada…
Alguém chama isso de calçada?
Andando sobre o inimigo
Perigo à vista na Rua do Futuro
Futuro de usurpações urbanas
Recife: calçadas e ruas assassinas
Os cem buracos do meu caminho
Depois daquele tombo (3)
Mais uma calçada cidadã
Cidadania a pé: calçada não é perfeita
Charme: calçada para andar e sentar
Quem chama isso de calçada….
Calçadas melhoram na Av Norte, mas…
Oxe, cadê as calçadas da Avenida Norte?
Calçadas crateras na Avenida Norte
Av. Norte: reforma só atinge 12 por cento das calçadas
Pedras nada portuguesas
Santo Antônio sem pedras portuguesas

Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

Continue lendo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.