O Sertão do Araripe é uma das regiões de caatinga mais devastadas em Pernambuco. É ali que se concentra cerca de 90 por cento da produção de gesso do Brasil, indústria que precisa de muita madeira para alimentar seus fornos. Nessa semana, a Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh) deflagrou a Operação Lenha Branca, que percorreu cinco municípios. Das 27 calcinadoras (fábricas de cal e gesso) visitadas, sete operavam irregularmente e tinham estoques de madeira de origem ilegal. Elas ganharam prazo para entrar nos eixos, e caso não o façam, serão fechadas. Foram apreendidos 262,5 metros cúbicos de lenha.
A Operação Lenha Branca ganhou esse nome por conta do consumo para aquecer os fornos daquela indústria, e também devido ao excesso da poeira branca que fica no ar, resultante do tipo de atividade econômica. A Cprh recebeu denúncia de desmatamento ilegal, mas em visita aos locais citados, não encontrou provas do crime ambiental. Em compensação, apreendeu 198 animais silvestres, sendo a maioria aves, vítimas do tráfico. Algumas até ameaçadas de extinção. Também achou uma rinha, com 18 galos mal tratados.
A rinha foi fechada,e os donos foram multados em R$ 5 mil. A rinha ficava em Ipubi, a 662 quilômetros do Recife. A briga de galo é um esporte proibido no Brasil, e praticá-la é crime. No mesmo local, foram apreendidos 30 pássaros, que estavam em gaiolas. A Lenha branca achou até armas. A Operação contou com o apoio da Companhia Independente de Polícia do Meio Ambiente (Cipoma) e de policiais militares de batalhões de Ouricuri e Araripina. Foram visitados os municípios de Ouricuri, Trindade, Ipubi, Araripina e Exu. Nos quatro primeiros, a produção de gesso é a principal atividade econômica. Na Operação, 28 caminhões foram abordados, e dois caminhões foram apreendidos porque transportavam madeira clandestina. Ao todo, foram aplicadas multas na ordem de R$ 77. 300.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Cprh / Divulgação
