Difícil um adulto ou uma criança que não goste de circo. A magia do picadeiro encanta a todos e há até histórias de jovens que fugiram de casa para seguir trupes circenses. Escritores famosos – como Ariano Suassuna e Osman Lins – nunca esconderam o encanto que sentiam com um circo. A partir de hoje artistas circenses de várias regiões do Brasil se reúnem em Olinda para discutir as dificuldades e saídas para a profissão. Mas também vão ofertar espetáculos gratuitos em espaços públicos.
Pelo menos, essa é a proposta da 5ª Convenção Pernambucana de Circo e Arte de Rua, que ocorre entre 23 e 26 de janeiro na cidade histórica, vizinha ao Recife. As exibições gratuitas para o público ocorrerão no horário da noite. Sendo que, no domingo, serão à tarde. A grade aberta à plateia reserva exibições em Olinda nas noites de quinta a sábado, na escola municipal Dom João Crisóstomo (Praça Nossa Senhora do Monte, bairro do Monte). E, no domingo à tarde, na Praça do Rosário, no Amparo. No dia 23, é realizada a Noite de Fogo, com apresentações livres com labaredas, às 20h, sob a promessa de promoção de um espetáculo luminoso e fascinante para a plateia.
Na sexta-feira, ocorre a Noite das Maiorias, a partir das 20h, com dez apresentações de artistas não-brancos, mulheres e da comunidade LGBTQIAPN+. O palco recebe as seguintes apresentações dos artistas: Anderson Svanci, paulista especializado no manuseio do buugeng (artefato curto e luminoso); a malabarista e pirofagista Aranha; a contorcionista Shayana Santos.Há, ainda, atrações como Ariadne Bogo, Dedeinha do Taboão, Duo Éles, Jimmy Sá, Márcia Ferreira, Ropix e Saracura, com incursões pelo tecido, arco, pela dança e por outras linguagens circenses.
Outros dez novos números gratuitos para o público marcam o encerramento do sábado, com a realização da Noite de Gala e exibições de Ambidextro Polifacético, Beatriz Nascimento, Camila Gatis e Maria Flor, Carol Yanina, Christian Lean, Doduô, Helena França, Malabaresdementes, Ninha Almeida e Dieguito e Paula Auday. No domingo, as apresentações ocorrem na Praça do Rosário, no Amparo, a partir das 16h.
“Temos, no circo, mais artistas do que produtor, então precisamos ser produtores para persistir no mercado ou, então, desistir. Precisamos trocar experiências para saber como melhorar o trabalho, compartilhar estratégias. O circo tem uma dificuldade que é não estar muito nos meios formais. Então, as convenções são espaços potentes para fazer a troca de forma segura e coletiva, para preservar os saberes da cultura popular e empírico”, observa Caro Marafigoh, produtora-executiva do evento sob coordenação-geral de Delmar Camilo. A programação interna das oficinas e debates inclui exibições e conversas sobre tecido acrobático (com Márcia Ferreira), suspensão capilar (com Carol Yanina), manejo de anéis (com Isabela Menini), bolimaniack (com Orne Dandolkekolor) monociclo (com Petit Lutin), flexibilidade (com Beatriz Nascimento), dança e bambolê (com Kapalla Circo) e iniciação ao buugeng (com Anderson Svanci).
A curadoria artística da convenção é assinada pelo artista de rua e malabarista Dú Yandi (o Palhaço Gambiarra) e pelo coordenador artístico da Trupe Circus, Italo Feitosa, ambos pernambucanos, e pela dançarina, estudante de palhaçaria e artista cearense Muriel Cruz. A seleção para as oficinas ficou a cargo da educadora artística, aerealista e produtora cultural Camila Gatis, da artista circense, roteirista e produtora cultural Giovana Melo e da artista circense, professora de tecido acrobático e flexibilidade Jéssica Virgínia, todas pernambucanas. A edição de 2025 é a primeira a usufruir de recursos do Funcultura e conta com a participação de mais de 150 pessoas, entre artistas, palhaços, oficineiros e técnicos. Dois participantes tiveram a inscrição possibilitada por editais públicos – o ativista cultura tocantinense Darlan Soares e a contorcionista maranhense Shayanna Santos. A produção é coletiva do Coletivo Malanarquista, do Circo do Monte e da Flor de Figo Produções.
Leia também
Começa no Recife o Festival de Circo Preto: Negritude no centro do picadeiro
Escada, terra do pintor Cícero Dias, ganha Cirquim, espetáculo gratuito do Circo Encantado
Teatro de Retalhos leva festival a feiras, escolas, vilarehos rurais e praças do Sertão do Moxotó
Teatro: Baile no Recife e o Peru no interior
Galpão das Artes bota o pé na estrada e leva “Histórias para voar” a Fortaleza
Espetáculo circense e black no Teatro do Parque
Circo da Trindade mostra “Vivo” e comemora quem sobreviveu à pandemia
Escola Pernambucana de Circo oferta bolsa de R$ 5 mil para dois cursos
Macaxeira: A volta ao picadeiro
Escola Pernambucana de Circo oferta bolsa de R$5 mil
Pandemia tem Delivery de palhaços
Circo na frente de casa para aliviar a tristeza da pandemia
Mulheres circenses e a vida no picadeiro
Pandemia: Galpão das Artes faz live para ajudar circos em crise do interior
Circo, Galo, frevo, festa e o carai
Carnaval vai reviver magia do circo
Um hospital que parece circo
Tacaruna, Mundo Bita e circo
O circo é uma festa
Circômico Show no Teatro Santa Isabel
Festival de Circo faz a festa no Recife
Trapezista, palhaço, atirador de facas
“Coroas” aprendem a ser palhaças
Teatro, dança e circo de graça no Sesc
Circo de graça até domingo
Galpão das Artes faz live para ajudar circos em crise do interior
Serviço
5ª Convenção Pernambucana de Circo e Arte de Rua
Quando: de 23 a 26 de janeiro
Oficinas, debates e exibições (para artistas inscritos)
Quinta, sexta e sábado, manhã e tarde, na escola Dom João Crisóstomo (Praça Nossa Senhora do Monte, bairro do Monte) e no Circo do Monte
Inscrições: no instagram, pelo perfil @convepernambucana
Noite de Fogo (dia 23), Noite das Maiorias (dia 24) e Noite de Gala (dia 25)
Quando: às 20h
Onde: Escola Dom João Crisóstomo (Praça Nossa Senhora do Monte, bairro do Monte
Quanto: gratuito ao público
Palco Rua (domingo, 26)
Quando: às 16h
Onde: Praça do Rosário, no Amparo, em Olinda
Quanto: gratuito
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Gabriel Catunda / Divulgação
