O Uber não é mais aquele

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Não me incomodo de guiar, e faço isso todos os dias, apesar do trânsito terrível do Recife. Mas tenho um princípio comigo: se vou a uma festa, ao carnaval, ou mesmo para um festival como o que ocorre em Olinda, o Mimo, faço questão de deixar o carro em casa. Se vou me divertir, para que ter estresse com estacionamento difícil, flanelinha, ladeiras engarrafadas, bagunça no tráfego da Cidade Alta? Nem pensar. E aí chamo o 99, o Easy ou mesmo o Uber. Quem estiver com maior disponibilidade.

Pois é, já andei muito de Uber. Os carros eram novos, grandes  e espaçosos no começo do aplicativo. Os motoristas eram delicados, ofereciam água mineral, bombons. Pois isso, pelo menos comigo, não vem ocorrendo mais. Hoje saí de Apipucos, para ir a Olinda. Fui de Uber. O motorista não sabia onde era a cidade histórica. Pior, queria pegar a BR-101 para chegar lá. Ou seja, teria, antes, de passar por Paulista. Disse a ele que o melhor seria ir no sentido contrário, pela Avenida Norte, Arruda, ou pela  Avenida Agamenon Magalhães.

Fui lendo um livrinho. Quando vi, estava na Cidade Tabajara. E comecei a me estressar. “Pelo caminho que o senhor percorreu, eu já teria chegado em Olinda três vezes, se viesse dirigindo”, disse. “Desse jeito estou perdendo a paciência”, afirmei. “Desculpe, moça, é que eu dirigia caminhão e só conheço o Litoral Sul e o aplicativo me ensinou a vir por aqui”. Está bom, então, será que a errada sou eu? E o Uber e o aplicativo fazem tudo certo? Sei não, viu, da outra vez faço como a música de Angélica: “Vou de táxi”. Ou de ônibus.  Acho que chega primeiro.

Seguindo o velho ditado, antes só do que mal acompanhado, deixei o Uber, subi as ladeiras a pé. Fui ver Zeca Baleiro, no Pátio do Mosteiro de São Bento. Depois, Fênix, que cantou na Igreja do Carmo, e que conheci aqui, no Recife, ainda no início da carreira. Chegou até a fazer gravação para um jornal de TV, enrolado em um lençol vermelho, aqui na minha casa. Gostei de sua apresentação, mas o calor no interior da Igreja era infernal. Olinda, claro, estava uma festa. Parabéns para a organização do Mimo. Nota dez para o imperdível Zeca Baleiro, nota dez para Fênix, nota dez para o Mimo.  E nota zero para o estresse provocado pelo motorista do Uber. #OxeRecife, cadê o famoso critério de qualidade do aplicativo?

(Foto: Letícia Lins / #OxeRecife)

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