O triste fim das arribaçãs da Caatinga

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Elas são pombas silvestres, mais conhecias como arribaçãs ou avoantes. E ocorrem na região de caatinga. Durante muito tempo fizeram a festa de caçadores e também eram consumidas pelos sertanejos. Mas a sua caça hoje é proibida. Mesmo assim, ainda é comum no interior a presença de caçadores, que vendem os animais para abate e para abastecer restaurantes da região, que ofertam as aves como tira-gosto.

As avoantes, no entanto, não vêm de criatórios, mas da natureza, de onde nunca devem sair. Não são criadas em escala, como galinhas e perus.  Vivem voando nas matas da caatinga, e aprisioná-las ou abatê-las é crime ambiental. Nesta semana, uma operação conjunta desencadeada no Araripe terminou com apreensão de armas e apetrechos para caça. E também com o incineração de 103 arribaçãs e mergulhões que haviam sido criminosamente abatidos, e congelados para consumo. Meu Deus, quanta maldade…

Operação multou caçadores, apreendeu armas e incinerou arribaçãs congeladas, ilegalmente capturadas no Sertão.

Na mesma operação, 30  pássaros silvestres que eram criados ilegalmente foram  recolhidos. Entre eles, um papagaio e uma jandaia, que são considerados em ameaça de extinção. As aves amanhecem no Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), da Cprh, onde serão reabilitados e posteriormente devolvidos à natureza.  Ao todo,  cinco autos de infração foram emitidos, no valor total de R$ 22.800,00.

Intitulada Voo na Fronteira, a ação focou no patrulhamento e monitoramento de áreas de alimentação e reprodução de arribaçãs no Sertão do Araripe, nos limites de Pernambuco com o Piauí e o Ceará. Participaram equipes da Agência Estadual de Meio Ambiente (Cprh), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Patrulha Ambiental Itinerante Regional do Araripe e policiais militares da 9ª Cipm, companhia sediada em Araripina, e do Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (Bepi). E o homem de Brasília ainda quer liberar arma para todo mundo… Desse jeito, vai morrer mais gente no Brasil. E no Sertão, não vai sobrar arribaçã.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Cprh / Divulgação

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