No começo do ano verifiquei, com muita tristeza, que uma árvore na rua ao lado da minha casa estava atacada de cupins. Pouco depois, um galho caiu. Entrei em pânico duplo: com medo de acidente e de perder uma planta tão linda e que tanto refresca a rua carente de sombra. Liguei para a Emlurb. Um funcionário veio e constatou que a árvore precisava de tratamento. Só que nunca o socorro chegou, apesar das constantes solicitações, protocolos, telefonemas. Pela lei, só quem mexe nas árvores da rua são os órgãos públicos. Mas entre o risco, a lei e a razão, fiquei com a terceira. Chamei uma empresa que fez tratamento na árvore. E os cupins sumiram. Mas o que fazer com os galhos fragilizados, que ameaçavam cair na cabeça das pessoas? Nada da Emlurb fazer a poda, tão necessária. Comecei a ficar desesperada. E questionava comigo mesma, enfim, para que servia o pagamento do meu IPTU.
Um dia, caminhando pela Praça de Casa Forte, encontrei um cidadão podando uma árvore de uma casa. Percebi o seu cuidado. Pedi um cartão. Cansada de esperar pelo poder público, terminei telefonando para Ivan Alves da Costa, 48, o Ivan da Serra. Santo remédio. Ivan veio, fez os cortes devidos, não sacrificou a árvore e mostrou que, em matéria de poda, tem mais cuidado do que a Emlurb, porque o que eu vejo pelas ruas do Recife, na maior parte dos casos, não é poda. É mutilação mesmo. E daquelas que terminam por levar a planta à morte. Gastei uma boa grana, mas fiquei feliz. Hoje precisei de novo de Ivan. Um pau-brasil de 30 anos, na frente da minha casa, começou a aparecer com os galhos quebrados, ameaçando cair nas pessoas. Um já estava até batendo no chão. Chamei Ivan. Ele veio, constatou que não havia cupins, que era necessidade de poda mesmo. Somente. Assim como a gente, que precisa aparar o cabelo, quando os fios estão quebradiços, as árvores necessitam de cortes, quando os galhos começam a se partir.
Diante do cuidado de Ivan – “esse é profissional mesmo”, disse um homem que passava pela rua e que já conhecia seu trabalho – perguntei há quanto tempo atua nessa área, nessa profissão de podador. Descobri, então, porque ele tem tanto zelo com o verde. “Eu era jardineiro, já plantei muita flor na vida. Mas de vez em quando surgia uma necessidade de cortar um galho aqui outro ali. Fiquei muito tempo em jardim. Mas a demanda cresceu tanto, que passei de jardineiro a podador”. Hoje Ivan é um dos profissionais mais solicitados do setor. Quando sobe nas árvores para fazer o trabalho, tem quem o chame de Ninja, Tarzan. Presta serviço a instituições como o Colégio Marista, a CPRH, Academia Pernambucana de Letras, Senac e Prefeituras do interior. E até de outros estados. “Já cultivei muitas plantas, e hoje, mesmo com motosserra, percebo que elas prosperam, quando boto a mão”, orgulha-se. Há engenheiros florestais que o consideram o melhor podador do estado. Com perdão do trocadilho, viva seu Ivan, quebrando o “galho” da gente. Sempre. Quem precisar de poda de árvore, vão aí os contatos do nosso homem “ninja” (meu filho, Thiago, assim o chama, porque ele “escala” as árvores com a maior facilidade….): 9.8811-9193 ou 9.8937-8538.
Foto: Letícia Lins / #OxeRecife